Se pararmos para pensar, as semanas de feriados são mais complicadas que as semanas "normais". Doce ilusão, meus caros... Essa coisa de que a semana é menor, tem feriadão, e trabalharemos menos, descansaremos mais é pura balela.
A semana é menor, sim, mas o trabalho é maior, porque será dividido nos demais dias "úteis". A propósito, "dia útil" deveria ser aquele em que fazemos alguma coisa realmente útil. Trabalho é necessidade. Utilidade é o lazer.
Estou cansada só de pensar no que me aguarda, na minha mesa, 2a feira. Trabalhar em casa me permite aproveitar melhor o tempo, mas saber que hoje chegaram muitas requisições, e ter a exata noção de que eu só fico bem com a minha mesa "zerada", significa que os próximos dias serão de muito trabalho, para que eu realmente possa fazer do feriado um "dia útil", do meu jeito.
quarta-feira, março 31, 2010
sábado, março 13, 2010
Obrigação?
Algumas regras que somos obrigadas a seguir.... na verdade não existem!
Quando estava na 7a série, eu e minhas amigas costumávamos discutir muito nas aulas de orientação educacional sobre a pressão que havia para fazermos determinadas coisas: tínhamos que nos vestir de uma certa maneira, gostar de algumas músicas, não gostar de outras... E tinha a pressão para ter um namorado.
Nós tínhamos entre 12 e 15 anos de idade e naquela época, ainda não era muito comum pensar em uma vida adulta que não "terminasse" em casamento. Era um pouco ousado dizer "eu não vou casar". O matrimônio com filhos era o certo, o natural. A opção de ser uma mulher solteira causava certa preocupação: "Será que ela tem algum problema?".
Ao mesmo tempo que queríamos ser adultas 'normais', com perspectivas bem quadradinhas, também desejávamos ser adolescentes moderninhas, rebeldes, que desafiavam todas as regras. A pressão para namorar se revestia, então, deste duplo significado: por um lado era o primeiro passo para a vida 'normal' no futuro; por outro, era um passeio pelo aspecto 'selvagem' da adolescência. Por um motivo ou por outro, era uma obrigação - não deixava de ser.
Nas rodinhas, as meninas perguntavam: "E aí, você já ficou?". Se a maioria dissesse que sim, ficava muito difícil dizer que essa ainda era uma experiência inédita para você. Algumas amigas minhas sofreram muitas cobranças e só admitiram depois de muita pressão que nunca havia acontecido. Eu fui precoce, e aos 12 anos aconteceu muito naturalmente meu primeiro beijo. Eu só não admitia porque meu pai era extremamente zeloso e ciumento, trabalhava no colégio, e para evitar problemas, preferi ficar quieta a dividir com as amigas.
Um belo dia, não sei como, caiu a ficha: por que eu tinha de me importar com a opinião das outras pessoas? Se eu já tinha ficado ou não, que diferença faria para elas? E, pensando bem, eu gostava muito mais de sair com um grupo grande de amigos, com quem eu adorava conversar e dar risadas, do que da idéia de sair com um menino para ficar namorando, falando baixinho e andando de mãos dadas. Aos 12 anos eu ainda era muito infantil e gostava mais de reunir os amigos para jogar queimado na rua, brincar de polícia e ladrão, do que de salada mista.
Além disso, se eu não estivesse mesmo a fim de alguém, como eu conseguiria pensar em namorar? Só poderia me imaginar namorando, e futuramente casando, se já tivesse um menino com quem eu sonhasse juntar as escovas de dente.
Sem esse pequeno ingrediente fundamental, a idéia de casamento se tornava uma especulação inútil. Assim, sem maiores preocupações como as minhas amigas de turma, finalmente admiti na aula de orientação educacional: "Não sei se vou casar. Vai depender se eu gostar de alguém". Eu hein... Que pressão sem pé nem cabeça aos 12 anos!
A liberdade que ganhei neste dia foi incrível! Não precisava casar, ter namorado ou ficar procurando um bom partido. Se me apaixonasse [e me apaixonei tantas vezes!] o desafio era ser correspondida. Se não, podia continuar fazendo todas as minhas coisas - jogar meu vôlei, viajar, conversar - sem a encanação de ter que cumprir a tarefa de encontrar um par.
Mesmo depois, bem depois da adolescência, quantas vezes na vida a gente sofre para tentar cumprir uma expectativa que não é nossa? Para seguir uma regra que, pensando bem, nunca existiu? Para não sucumbir a uma pressão que nunca nos atingiria se nós mesmas não a incorporássemos?
Até hoje, algumas meninas e mulheres não conseguem ser felizes porque acham que precisam gostar de alguém, ou cumprir alguma tarefa que uma força difusa lhes impõe. Pare e pense bem se é o seu caso: às vezes, o mais difícil é se livrar de uma obrigação que não existe!
Quando estava na 7a série, eu e minhas amigas costumávamos discutir muito nas aulas de orientação educacional sobre a pressão que havia para fazermos determinadas coisas: tínhamos que nos vestir de uma certa maneira, gostar de algumas músicas, não gostar de outras... E tinha a pressão para ter um namorado.
Nós tínhamos entre 12 e 15 anos de idade e naquela época, ainda não era muito comum pensar em uma vida adulta que não "terminasse" em casamento. Era um pouco ousado dizer "eu não vou casar". O matrimônio com filhos era o certo, o natural. A opção de ser uma mulher solteira causava certa preocupação: "Será que ela tem algum problema?".
Ao mesmo tempo que queríamos ser adultas 'normais', com perspectivas bem quadradinhas, também desejávamos ser adolescentes moderninhas, rebeldes, que desafiavam todas as regras. A pressão para namorar se revestia, então, deste duplo significado: por um lado era o primeiro passo para a vida 'normal' no futuro; por outro, era um passeio pelo aspecto 'selvagem' da adolescência. Por um motivo ou por outro, era uma obrigação - não deixava de ser.
Nas rodinhas, as meninas perguntavam: "E aí, você já ficou?". Se a maioria dissesse que sim, ficava muito difícil dizer que essa ainda era uma experiência inédita para você. Algumas amigas minhas sofreram muitas cobranças e só admitiram depois de muita pressão que nunca havia acontecido. Eu fui precoce, e aos 12 anos aconteceu muito naturalmente meu primeiro beijo. Eu só não admitia porque meu pai era extremamente zeloso e ciumento, trabalhava no colégio, e para evitar problemas, preferi ficar quieta a dividir com as amigas.
Um belo dia, não sei como, caiu a ficha: por que eu tinha de me importar com a opinião das outras pessoas? Se eu já tinha ficado ou não, que diferença faria para elas? E, pensando bem, eu gostava muito mais de sair com um grupo grande de amigos, com quem eu adorava conversar e dar risadas, do que da idéia de sair com um menino para ficar namorando, falando baixinho e andando de mãos dadas. Aos 12 anos eu ainda era muito infantil e gostava mais de reunir os amigos para jogar queimado na rua, brincar de polícia e ladrão, do que de salada mista.
Além disso, se eu não estivesse mesmo a fim de alguém, como eu conseguiria pensar em namorar? Só poderia me imaginar namorando, e futuramente casando, se já tivesse um menino com quem eu sonhasse juntar as escovas de dente.
Sem esse pequeno ingrediente fundamental, a idéia de casamento se tornava uma especulação inútil. Assim, sem maiores preocupações como as minhas amigas de turma, finalmente admiti na aula de orientação educacional: "Não sei se vou casar. Vai depender se eu gostar de alguém". Eu hein... Que pressão sem pé nem cabeça aos 12 anos!
A liberdade que ganhei neste dia foi incrível! Não precisava casar, ter namorado ou ficar procurando um bom partido. Se me apaixonasse [e me apaixonei tantas vezes!] o desafio era ser correspondida. Se não, podia continuar fazendo todas as minhas coisas - jogar meu vôlei, viajar, conversar - sem a encanação de ter que cumprir a tarefa de encontrar um par.
Mesmo depois, bem depois da adolescência, quantas vezes na vida a gente sofre para tentar cumprir uma expectativa que não é nossa? Para seguir uma regra que, pensando bem, nunca existiu? Para não sucumbir a uma pressão que nunca nos atingiria se nós mesmas não a incorporássemos?
Até hoje, algumas meninas e mulheres não conseguem ser felizes porque acham que precisam gostar de alguém, ou cumprir alguma tarefa que uma força difusa lhes impõe. Pare e pense bem se é o seu caso: às vezes, o mais difícil é se livrar de uma obrigação que não existe!
sexta-feira, março 12, 2010
Momentos Mágicos...
Partiram todas unidas, correndo como crianças em direção ao mar. Correram para a água e logo começaram a nadar. Não eram crianças, eram senhoras; senhoras que [imagino] ainda preparam o café da manhã para os filhos antes de irem à praia praticar alguns exercícios numa bela manhã de sol como a de hoje.
Nem todas deslizam sobre o mar com a mesma eficiência - algumas são bem mais lentas - mas, vendo-as isoladamente, cada uma parece carregar consigo a braçada segura dos que vivem bem. A água gelada para variar, mas elas prosseguem resolutas. Saem do mar aos poucos e caminham pela areia. Entre respirações mais intensas, elas discretamente exibem um sorriso de satisfação, como se uma dura etapa da vida tivesse sido superada.
Um grande grupo se reuniu à beira da água. Enlaçaram seus braços e formaram um grande círculo, como se fizessem uma oração. Suponho que tenha sido uma oração pela vida, e por aqueles momentos em que os problemas se diluíram no solvente universal. Agora, caminham pela praia, retornando ao ponto de partida. Conversam, riem, compartilham um momento simples e intenso. Várias histórias que se juntaram para viver nesta manhã uma história comum.
Me encantei e continuei observando por muito tempo, até elas se afastarem. Por inúmeros motivos esqueci do tempo, e me fixei naquelas senhoras... A praia me dá uma energia que não sei explicar!
Em vez de confinar-se às supostas limitações da idade, cada senhorinha preferiu aventurar-se ao ar livre. Na mansidão da praia e na liberdade das ondas é que elas satisfazem seus apetites pela pulsação mais vigorosa dos seus jovens corações. Provavelmente, nesse encontro com a natureza, elas se encontrem consigo mesmas. Acho que qualquer um se encontraria também. Com o olhar descansando no horizonte, o pensamento também vai se alongando, se prolongando, e a imensidão vai minimizando os pequenos problemas que nos afligem indevida e cotidianamente.
Eu, preguiçosa, tento praticar meus exercícios com certa constância, e sempre que possível, também procuro fazê-lo sobre o céu azul, com o horizonte a perder de vista e o ar livre. Não sei se chegarei aos 80 anos vestindo maiô e toquinha nos cabelos, mas também pretendo cuidar bem da menina que tem aqui dentro. Entre caminhadas na esteira, o spinning e a natação, confesso que nadar é o que me dá mais prazer. Gosto de estar na água, de sentir-me sem peso, do misterioso som das braçadas e da respiração ritmada.
E por fim, gosto dos efeitos colaterais de ficar bronzeadérrima, de mergulhar sem hora para sair da água, de comer aquele biscoitinho polvilho de sal e ler meu livro sem ninguém perturbando - deitada na minha canga... Fica a dica! Aproveitem, porque vale muito à pena!
quarta-feira, março 10, 2010
Limites...
domingo, março 07, 2010
Pane no Sistema..
Nossa vida anda tão corrida, com tantas tarefas a serem cumpridas diariamente, que às vezes o sistema geral dá pane. Seja imunologicamente, psicologicamente, emocionalmente, fisicamente... tudo para de funcionar como funcionava aos 20 anos, e nosso corpo grita, pedindo socorro.
Nada de se lembrar daquela consulta médica marcada com três meses de antecedência ou daquele jantar com o velho amigo que não encontramos há dias. Por isso, quando se trata de organizar o tempo, toda ajuda é bem vinda.
No meu caso, funcionou pendurar uma lousa-relógio no escritório, onde escrevo todos os meus compromissos dos próximos três dias. À medida que passam, são apagados, e abrem espaço para o outro dia... Perfeito! Funciona [posso garantir].
Ganhei essa lousa do meu irmão mais velho, que encomendou num site assim que viu. Por um lado fiquei super lisongeada, mas por outro, me senti A estressada. Pior é que eu sequer posso reclamar: a minha realidade atual é essa - fazer o quê? Desestressar, ok.
Se essa ajuda for criativa e engraçada como a ilustração ao lado [maçã], melhor ainda. Tudo parece mais leve, e mais fácil de encarar.
Basta aproveitar a brincadeira para lembrar daquelas coisas que, na lista de prioridades diárias, acabam sempre ficando para depois - isso quando não são deixadas de lado completamente.
Se for tão difícil desligar da rotina, que tal instituir a hora de relaxar ouvindo as músicas preferidas no ipod, a hora de se espreguiçar, de tomar um capuccino, de bater papo com alguém que a gente gosta?
Ah, e antes que eu me esqueça: agende um horário também para fazer nada, para ficar vendo o tempo passar lento, sem urgência nem ansiedade. Eu precisei pisar no freio para desacelerar, e uma das sugestões recomendadas foi a Yoga. Começarei amanhã, e talvez daqui a um tempo eu possa dividir com vocês a nova experiência. Esses segundos que transcorrerão com uma certa manha são essenciais para fazermos as pazes com o relógio - para sempre!
Nada de se lembrar daquela consulta médica marcada com três meses de antecedência ou daquele jantar com o velho amigo que não encontramos há dias. Por isso, quando se trata de organizar o tempo, toda ajuda é bem vinda.
No meu caso, funcionou pendurar uma lousa-relógio no escritório, onde escrevo todos os meus compromissos dos próximos três dias. À medida que passam, são apagados, e abrem espaço para o outro dia... Perfeito! Funciona [posso garantir].
Ganhei essa lousa do meu irmão mais velho, que encomendou num site assim que viu. Por um lado fiquei super lisongeada, mas por outro, me senti A estressada. Pior é que eu sequer posso reclamar: a minha realidade atual é essa - fazer o quê? Desestressar, ok.
Se essa ajuda for criativa e engraçada como a ilustração ao lado [maçã], melhor ainda. Tudo parece mais leve, e mais fácil de encarar.
Basta aproveitar a brincadeira para lembrar daquelas coisas que, na lista de prioridades diárias, acabam sempre ficando para depois - isso quando não são deixadas de lado completamente.
Se for tão difícil desligar da rotina, que tal instituir a hora de relaxar ouvindo as músicas preferidas no ipod, a hora de se espreguiçar, de tomar um capuccino, de bater papo com alguém que a gente gosta?
Ah, e antes que eu me esqueça: agende um horário também para fazer nada, para ficar vendo o tempo passar lento, sem urgência nem ansiedade. Eu precisei pisar no freio para desacelerar, e uma das sugestões recomendadas foi a Yoga. Começarei amanhã, e talvez daqui a um tempo eu possa dividir com vocês a nova experiência. Esses segundos que transcorrerão com uma certa manha são essenciais para fazermos as pazes com o relógio - para sempre!
sábado, março 06, 2010
Um Novo [Re] Começo...
Foram longos 10 meses.... Nesse período, até consegui passar por aqui e postei um ou outro texto, mas infelizmente não consegui dar continuidade. Em meio a tantas turbulências, foi ficando cada dia mais difícil de relaxar e ter um tempo para escrever...
Nem tudo são flores, e de repente, me vi de mãos atadas. Não tinha o que fazer, a não ser buscar respostas juntos a profissionais competentes, e a tantos exames que precisei ser submetida. Internações, mais internações e mais um pouco... Foram algumas, e o mais difícil: o diagnóstico.
O importante agora é que estou de volta. Recuperadíssima, recomeçando, retornando ao meu cantinho que nunca foi esquecido mas interrompido temporariamente por motivos de força maior.
Para os que passam aqui diariamente à espera de mais um texto, boas notícias: não pretendo parar mais. Para os que deixaram de passar por falta de novidade: espero que retornem e dividam comigo suas experiências.
Um beijo a cada um e estou de volta!
Nem tudo são flores, e de repente, me vi de mãos atadas. Não tinha o que fazer, a não ser buscar respostas juntos a profissionais competentes, e a tantos exames que precisei ser submetida. Internações, mais internações e mais um pouco... Foram algumas, e o mais difícil: o diagnóstico.
O importante agora é que estou de volta. Recuperadíssima, recomeçando, retornando ao meu cantinho que nunca foi esquecido mas interrompido temporariamente por motivos de força maior.
Para os que passam aqui diariamente à espera de mais um texto, boas notícias: não pretendo parar mais. Para os que deixaram de passar por falta de novidade: espero que retornem e dividam comigo suas experiências.
Um beijo a cada um e estou de volta!
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