Tem coisas que me assustam. E muito. Deixa eu contar um fato pra vocês....
Cheguei em casa com uma mega dor de cabeça, tomei um banho, um analgésico e fui à cozinha comer alguma coisa. Pra minha surpresa, uma visita inesperada estava ali, olhando pra mim, como se fosse a dona da casa. Travei. Meu reflexo me fez pegar o rodo [estrategicamente posicionado] para enfrentá-la. Sim, era uma visita daquelas que só surgem quando não temos mais ninguém por perto, e nos paralisa por ser o único bicho da face da terra que não conseguimos encarar com um sorriso.
Tentei afastá-la da minha cozinha, em vão, e quando percebi que a batalha estava perdida, dei uma spray-zada bem farta sobre a criaturinha, que correu prum cantinho e ficou parada. Enfim... Fui pro meu quarto, tentar dar uma relaxada, mas lembrei que precisava guardar o feijão na geladeira. Lá fui eu para a cozinha, e eis que aquela coisinha estava ali, na minha frente, como se nada tivesse acontecido. Ok, peralá. Peguei o spray novamente, e pimba, tasquei quase meio vidro na dita-cuja, e ela ficou ali, meio desmaiada, meio sei-lá-como, mergulhada no veneno [não tasquei para matar - só para imobilizá-la]. Esse é meu mal.. Não consigo matar nem uma formiga, enfim...
Aí, euzinha, linda, bela e quase morrendo envenenada, precisei abrir as janelas da cozinha para que aquele cheiro não me imobilizasse também. Eis que olho pro lado esquerdo e dou de cara com a mãe da criaturinha. Sim, ela era maior do que meu controle remoto, e quase infartei. Digo quase, porque fiquei num estado que não sei nem explicar. Como ela era enorme, e estava ali na parede me encarando, deu tempo de puxar o celular e tirar uma foto instantânea para mostrar àqueles que nunca acreditam quando falo que a L. era realmente grande. Sempre acham que por eu ter pavor a esse bicho, vejo sempre maior do que é realmente, mas dessa vez, tirei a foto para registrar meu desafio.
Foi o tempo de me armar do spray e assim que tasquei nela [com uma mega distância entre mim e a parede] a criatura caiu no chão [fazendo aquele típico som horroroso: poft]. Lembrei-me de uma pessoa que eu amo muito e que me diz assim: "nunca se anime quando aparecer uma pequena, porque a mãe dela sempre estará por perto e será bem maior". Não deu outra. Ela estava ali, me desafiando por ter imobilizado a filhota dela, e tentou me intimidar. Disfarcei, mas estava tão nervosa, que meu dedo spray-zou todo o veneno na criatura. Ela correu pra baixo da portinha do banheiro de empregada e eu corri da cozinha.
Tomei outro banho, liguei pros meus pais, e desabei. Chorei, chorei, chorei de soluçar. Só eu sei o quanto precisei ser fria naquele momento e o quanto foi desafiador pra mim. Eles perguntaram se eu queria deixar as chaves e a casa para ela ficar à vontade, mas decidi não abandonar o barco. Fiquei.
Eis que me ocorreu o seguinte...............
E se ela decidir sair dali e entrar na minha casa realmente?
Liguei para o 'esquadrão anti-L' e peguei algumas dicas para que ela ficasse ali, quieta, atrás da tal portinha - pelo menos até amanhã. Fiz tudo o que me orientaram, até que me choquei com a última solução. Meu vizinho disse que viria aqui para retirar as duas [mãe e filha] da minha casa, e chegou armado de vassoura, cestinha de lixo e pá. Ótimo. Pegou a que estava desmaiada [pequenininha] e me perguntou onde estava a maior. Quando indiquei, ele abriu a porta [meu herói da semana] e tirou tudo o que tinha da frente para poder pegá-la VIVA e levá-la pra casa dele, para comer os mosquitos.... Cara.... Como assim? Vai levar pra casa a criatura VIVA, para domesticar?
Cada dia eu me impressiono mais com as coisas [e com as pessoas]...
No final das contas, a criatura maior [a mãe] ficou onde estava porque se escondeu quando viu meu vizinho. Ele não conseguiu achá-la e eu nem me atrevi a chegar perto para ajudá-lo. Espero que ela não resolva sair de lá, ou se sair, que saia para o lado oposto ao da minha casa. Se amanhã ela surgir, chamarei meu super-vizinho para resgatá-la [porque eu ficarei é bem distante].
Foi só um desabafo. Minha dor de cabeça voltou, mas nem sei se posso tomar outro analgésico... Ai ai ai...
8 comentários:
Perdoe-me! Mas quase morri de rir imginando a cena.
Espero que vc se livre da sua visitinha indesejável.
Abraços
Pois é... Tive que rir também do meu momento de desespero total.
Eu espero que ela já tenha saído pra bem longe daqui, ou que fique bem escondida, fora do campo da minha visão, até meu vizinho encontrá-la amanhã e levá-la pra casa dele [ufa].
Ah Labellíssima,
Não consigo te imaginar com medo de um bichinho tão inofensivo assim. Uma mulher tão forte, tão segura de si, tão admirável, e tão indefesa. Que vontade de protegê-la, menina. Boa semana! Fernando.
Medo e terror!
Imagino a cena. Teria feito a mesma coisa. rs
BjAs!
Labelle, me senti num filme de terrorismo... eu fico assim com essas figuras indesejáveis, e ainda mais, consigo vê-las gigantes, quando conto, todo mundo rir, mas, só eu sei o sofrimento.
bjs
Cara... entrei no seu blog meio por acaso me deparei com esta história...meu Deus!!! que doidice...como pode? Nossa!!! seu texto ta muito engraça..sei que para qm tem medo de algo não tem nada de engraçado, mas que ilário tá..
Angela, obrigada pela visita!
Hoje eu também fico rindo de mim mesma quando relembro o meu estresse naquele dia... Seja bem vinda!
É interessante como esses acontecimentos mais improváveis nos pegam nos pegam de uma forma que mal temos tempo para pensar sobre o que devemos fazer. Tirando o lado trágico, e de certa forma cômico, dessa história, acho que é uma ótima oportunidade para não ser mais pega de surpresa, e assim não se sentir mais refém disso tudo. tenho certeza que de agora em diante você estará preparada, e principalmente, livre de mais uma situação como essa.
Beijão!!!
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