Quase dez anos se passaram.... Mesmo assim, as lembranças ficaram marcadas de uma forma que não sei explicar. Nos conhecemos e aconteceu. Olhos nos olhos. Língua com língua. Coração com coração. Pele com pele. Suor misturado. Mãos entrelaçadas.
Assim éramos nós dois. Iguais. Diferentes. Complementares.
Tão absurdamente envolvidos naquele momento, andando no calçadão da praia, e falando sobre nossas vidas e nossos planos para o futuro, que sequer percebíamos a presença de outras pessoas por perto. Nada interessava. Nem o tempo passando e o dia amanhecendo. Tudo na mais perfeita sintonia. Tão bom que não poderia ser errado.
Mas, foi. Nos perdemos por causa da distância geográfica e escrevemos a nossa história em apenas uma noite. Jamais imaginaria que aquela noite seria uma das mais perfeitas e envolventes da minha vida. Que aquele cara me marcaria tanto, com tantas coisas ainda para eu viver. A imaturidade me impedia de acreditar que ele poderia ser o homem que eu queria para mim. As nossas histórias foram escritas separadamente, e com outros personagens.
Agora existimos apenas assim, no plano das lembranças perfeitas - e ao mesmo tempo, rebeldes. Eventualmente elas fogem, correndo desesperadamente e batem na minha porta pedindo para viver. Nem que seja um pouquinho. O pior, ou melhor - sei lá - é que eu acabo deixando entrar.
Nos reencontramos no final do ano passado. Quase dez anos depois daquela noite...
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