quinta-feira, novembro 05, 2009

Não Repare a Bagunça...

É um dos pilares do nosso protocolo caseiro. É de praxe desculpar-nos com os visitantes, sinceramente ou não, assim como perguntamos: "tudo bem com você?" mesmo que não haja real interesse em saber. Como a frase é mais que um hábito, pode soar meio imprópria dependendo do momento.

Certa vez fui a uma reunião na casa de uma colega de trabalho, e o que espantava ali era a ordem: ela tinha pouquíssimos móveis - só os essenciais.

O piso de madeira era visível na maior parte do ambiente, já que não havia tapetes. As paredes brancas tinham poucos quadros e as janelas não tinham cortinas. Sobre a mesa redonda no canto da sala, apenas três envelopes fechados de correspondência recente. Ahhhh... Essa era a bagunça...

Na minha casa não faz o menor sentido dizer: "não repare!", porque é simplesmente impossível. A bagunça é tanta que o visitante não tem como não reparar ou corre o risco de tropeçar em alguma coisa e ficar soterrado. Pilhas e pilhas [e mais pilhas] de revistas, papéis de todos os tipos, caixas repletas de dvds, cds, fotos, roupas, sapatos, bolsas, mais revistas, uma porção de móveis e enfeites, um aquário perdido no meio de tudo isso, plantas, livros e livros e livros, mais fotos, etc, etc, etc....

Claro que eu não queria que fosse assim e eu planejava fazer tudo diferente quando me mudei para essa casa, mas a força da falta de tempo não me permitiu [boa desculpa!].

A bagunça na minha casa tem muitos motivos.... Em primeiro lugar, minha dificuldade em separar o que deve ser jogado fora e não faz mais parte da minha vida, nem fará algum dia. Outro problema, é que conheço minha bagunça como ninguém pode supor e já me acostumei a localizar alguns ítens em seu lugar fora-do-lugar. Além disso, sempre tenho coisas importantes e urgentes para fazer, que me impedem de tocar aquela operação limpeza.

Nos últimos tempos, devido aos meus problemas de saúde e toda a correria entre um hospital e outro, evoluí em um ponto: não fico mais me torturando. Sim, a bagunça é horrível, opressiva, e muitas vezes contraproducente. Mas é o seguinte: ou se arruma, ou se vive com ela... De que adianta passar dias e dias pensando "preciso arrumar, preciso arrumar!" ?? Querendo que uma fada madrinha surja e faça tudo desaparecer ou se ajeite sozinho, que a casa seja maior ou que se tenha mais tempo... ?...

Admiro MUITO as casas organizadas e arrumadíssimas, mas começo a desconfiar que a minha nunca será uma delas. Quando chega o dia "X", livre de compromissos, que eu esperei tanto e que poderia ser o dia da arrumação, eu acabo sumindo com o homem da minha vida para uma praia bem distante de casa. Como nos privar disso por causa de uma faxina??

E assim vamos indo, até o dia em que nós dois possamos passar um dia divertido arrumando tudo juntos. Enquanto não acontece.......... Pode reparar a bagunça e desculpe-nos por qualquer coisa.

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