quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Presente Precioso!

Depois de voltar à ativa e me deparar com todos os tipos de humor, comecei a rever alguns conceitos básicos e primordiais para um bom relacionamento inter-pessoal com a equipe de trabalho. Cada segundo que passava e me estressava, eu parava um pouco para pensar e agradecer os dias espetaculares que tive ao lado do meu amor e de amigos especiais. Momentos que não esquecerei jamais, e que me fazem sorrir em meio à guerra que as meninas estão travando à toa.

Meu luv, esse eu dedico para você, que me deixou completamente desnorteada, com um sorriso largo no rosto, da hora que acordava até a hora que eu ia dormir, ao me fazer enxergar frestinhas de uma vida - a minha - da qual já não lembrava. Por me fazer sentir mais viva e mais feliz do que nunca.

"...Eu canto porque o instante existe / E a minha vida está completa / Não sou alegre nem sou triste / Sou poeta / Irmão das coisas fugidias / Não sinto gozo nem tormento / Atravesso noites e dias / No vento / Se desmorono ou se edifico /Se permaneço ou me desfaço / - não sei, não sei. Não sei se fico / Ou passo / Sei que canto. E a canção é tudo / Tem sangue / eterno a asa ritmada / E um dia sei que estarei mudo / - mais nada..." - Cecília Meirelles.

Hoje sei que precisarei de férias a cada seis meses, ou pelo menos de viagens nos feriados para me desligar absolutamente de tudo o que tenho que enfrentar na minha rotina profissional. Salvem as milhas! Salvem os feriados prolongados!

Que presente indescritível você me deu nesses últimos quinze dias!

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Retorno ao Trabalho...

Fizemos uma parada obrigatória no sul da Bahia, a caminho de casa. Conhecemos mais duas praias e aproveitamos mais do que na ida, por causa do tempo que havia melhorado, e porque já estávamos mais tranquilos com relação à estrada de terra desconhecida que precisávamos desbravar. Quatro dias maravilhosos e inesquecíveis!

Recomeçar no trabalho foi difícil, principalmente porque me surpreendi com a atitude das meninas da equipe! Dai-me sabedoria para aturar as piadinhas ridículas e a agressividade gratuita!!!

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Praia do Forte e o Projeto Tamar...

Acordamos, embaixo de muita chuva na Ondina, mas mesmo assim criamos coragem para pegar o carro e enfrentar os quase 100km para chegar até a praia do Forte. Foi a melhor idéia que tivemos. Passamos o dia inteiro "perdidos" naquele lugar encantador. A rua que nos leva até o Projeto Tamar é linda, cheia de lojinhas e nos faz associar imediatamente à Rua das Pedras em Búzios. Confesso que gostei mais, por incrível que pareça.

Ficamos lá até quase 22h curtindo um barzinho mexicano com música brasileira (!) ao vivo, com direito à presenciarmos um pedido de casamento no palco, e não queríamos ir embora. Infelizmente, enfrentaríamos quase 100km para voltar ao hotel e ainda acordaríamos de madrugada para sairmos de Salvador.

Fomos embora com a certeza de que voltaremos logo, logo.

Não preciso nem falar das tartarugas e dos tubarões do projeto né?

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Pelourinho!

Que energia boa aquele lugar me transmitiu!!!!!
Lindo, lindo, lindo e extremamente seguro, diferente do que haviam cantado prá gente antes de subirmos.
Nos arrependemos imensamente de não termos ido mais cedo e só termos chegado de noite.
Quero voltar logo!

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Balanço dos dias de carnaval em Salvador...

Ficar no hotel dentro do circuito foi bom e ruim ao mesmo tempo. Muito bom porque eu conseguia ver o que eu queria da janela do meu quarto, filmar, fotografar, e simplesmente ignorar quando não estava a fim de assistir. Muito ruim, porque meio dia, a rua e todos os acessos fechavam, me deixando refém de táxis e sem poder ir para os lugares que eu queria. Os trios tinham uma programação pré-estabelecida, mas nem sempre cumpriam aquele horário e a ordem que estava lá no encarte. Tinham dias que terminavam de passar às 06h da manhã e meu sono ia prás cucuias. Os trios para as crianças começavam às 09h da manhã. Alguém merece????

Nossos planos de ir à praia no norte de Salvador, de comer um acarajé no Rio Vermelho, de passar nos pontos turísticos, ficou para a quarta-feira de cinzas. Rezando para que a chuva fosse embora e nos deixasse mais à vontade.


Terça-feira.............. Desistimos realmente de sair atrás do Araketu. Assistimos do camarote.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Inferno Astral...

Filosofar sobre o dia a dia, falando, escrevendo, ou apenas pensando, é um comportamento adorado por uns e odiado por outros, mas inevitavelmente necessário para nos manter lúcidos ( ainda que ácidos) diante da natureza humana, das nossas fraquezas, da nossa vulnerabilidade de ser carne, osso e pele. Um conjunto quebrável e perecível. Constatar que um belo dia não estaremos aqui nesse lugar dói. Dói ainda mais pensar que esta viagem cujo destino sabe-se lá qual é pode ter como passageiro uma pessoa amada demais. Como dói. Haja força.

Dói e amedronta. Dói saber que nossas preocupações, nossos anseios, nossas aspirações, tudo nosso pode deixar de existir daqui a um segundo, basta o coração parar. Basta um idiota trocar de pista sem olhar pelo retrovisor, seguir a mil e te atropelar enquanto faz sua caminhada matinal. Quando você ia pensar que morreria caminhando para não morrer? Não pense, já que dói e fui eu quem comecei, me proponho a fazê-lo por nós dois. Tenho pensado muito no que tem acontecido atualmente no nosso país, e a frequência que tem acontecido. Impunidade.

Pensar na nossa impermanência é uma das atividades mentais mais desconfortáveis. Não tem livro de auto-ajuda ou Dalai Lama que valha, que apazigue a mente, não há respostas exatas, afinal, Dalai é lindo, mas está vivo, como nós.

Impermanente, como nós, a diferença é que ele é iluminado e não dá pití ( será?). Pensar na morte.... Geralmente todos fogem disso, por um motivo ou por outro. Cantarolamos a música que toca no rádio, assobiamos uma outra canção qualquer, lemos um livro ou uma revista para transferir nossas idéias para outro lado. Há quem reze, peça a Deus e aos santos protetores para afastar estes pensamentos ruins. Vale tudo, tudo mesmo. Menos assistir aos jornais na TV.

Uma pessoa rouba achando que está sendo justo roubar de quem tem mais, outra não rouba e se julga uma tola porque não comete o mesmo ato, um homem mente para não magoar quem ama, uma mulher se mantém em silêncio para não denunciar o culpado, alguém mata porque está fora de si, outro morre porque está no lugar errado e na hora errada, e não deveria estar ali naquele momento, outra pessoa socorre, outros fingem que nem viram, crianças correm, avós e pais os recolhem daquela situação e os protegem de alguma forma, portas se fecham, e todos estão em suas casas, acreditando estar salvos do perigo, que não tem mais hora nem lugar.

Uma grande amiga minha, grávida do primeiro filho, perdeu o bebê. Já a segunda gestação foi um sucesso e veio ao mundo uma menina linda, levada como tem que ser - uma espoletinha, como a chamamos. Será que aquele que não veio seria assim? Se tivesse vindo, será que a N. nasceria e nos daria esse prazer de vê-la e amá-la como se fosse da nossa família? Penso muito sobre interrupção de gravidez e sobre essa coisa de pré-destinados. Destino? Como seria se aquilo ali não acontecesse, fosse interrompido, ou o contrário?

Gosto mais de viajar de carro e curtir a natureza do que de avião. Me questiono o que quer dizer uma pastagem queimando sem que ninguém esteja por ali para ter causado? O que quer dizer uma árvore solitária no alto de um cume, isolada, quase coberta pelas nuvens? O que quer dizer aquelas pessoas que aparecem do nada no meio da estrada, andando, andando, perdidas ou não, abandonadas ou não, com rumo ou sem nenhuma perspectiva?

Aquela criança que está sozinha no pátio da creche foi discriminada pelos amiguinhos, está sem alternativas, apenas sem vontade de se juntar aos outros ou tem problemas de comportamento? O que quer dizer um sorriso? O por quê do mau humor, ou do bom humor? Quem se atreve a explicar a razão de fulano ter escolhido para amar justamente você e do sicrano, que você escolheu para amar não retribuir isso?

Neste momento, várias pessoas perambulam pelas ruas em busca de algum lugar, de algum compromisso ou sem motivo algum. Alguém interrompe o trânsito na rua, uma discussão sem mais nem menos, uma multa, uma infração, duas pessoas se olham, se acham e não se separam mais. Tudo porque alguém interrompeu o trânsito naquele momento.

Beijos emocionados, beijos roubados, beijos mal dados... Pais abraçando seus filhos, pais que perdem seus filhos, o cochilo do meio da tarde e a insônia nas madrugadas... Por quê, por quê, por quê? Por quê sentimos medo quando nos sentimos desprotegidos? Po quê nos sentimos fortes e enfrentamos todos os problemas quando estamos ao lado de quem nos ama? O que quer dizer aquela espinha que insiste em aparecer na ponta do meu nariz, durante a minha TPM? Quero saber o por quê sonhamos coisas que nunca conseguimos entender nem explicar - às vezes, nem lembramos do que sonhamos.

Teorias ou a ausência delas... O acúmulo de emoções percebidas, algumas despercebidas, outras assimiladas e a grande maioria nem isso. A felicidade me arrepia, a tristeza me dá sono, quando estou angustiada fico com friozinho na barriga e quando estou apaixonada esse friozinho se transforma em borboletinhas. Fico meio boba e sorrio prá quase todo mundo. Para muitos problemas, encontramos soluções. Para poucas doenças encontramos a cura.

Não consigo ficar do lado de fora do que me afeta, seja bom ou ruim. Então, como dizia o poeta Mario Quintana, "... longa vida aos que preferem estar do lado de dentro, mesmo sem entender muito de nada..."

Constatar que não somos eternos é estranho, pelo menos para mim. De que nossos beijos também não são, nem os nossos sonhos, nem as nossas viagens. Nossos carinhos, nossos chopes, nosso suor, nossas lágrimas. Elas secam, tudo seca, tudo se acaba, só não sabemos quando, nem como e nem queremos saber. Dá medo.

Mas pera lá, medo para quê? Para não se entregar, para deixar de amar, deixar de se doar, deixar de ter um filho, bloquear-se diante de todo e qualquer presente da vida por temer que ela retire tudo de você um dia? Bingo! Não vamos ganhar sempre, mas vamos perder tudo um dia, para ganhar o desconhecido - quem sabe. Enquanto isso, já que estamos aqui, enjoy us. Acendemos velas, incensos, acreditamos em sete vidas ou pelo menos, em uma, após a morte ou agora mesmo.

Começar a dirigir finalmente, procriar, amar, sonhar, comprar, gastar, ajudar, se mexer, pensar besteiras. Até quando? Até quando? Até onde der, ué. Filosofia barata. Doeu, mas passou. Pelo menos por enquanto.

Viajei demais ou tudo isso é porque estou no início do meu inferno astral?

domingo, fevereiro 18, 2007

Primeiro trio dos restos de nossas vidas...

Acordamos cedim para pegarmos os abadás que compramos pela internet. Enfrentamos um mega engarrafamento e me assustou a quantidade de pessoas que estavam no tal estacionamento em busca das roupitchas para os trios. Mesmo assim, lá fomos nós, e nos dividimos em filas diferentes para cada "etapa" do processo de retirada do abadá... De certa forma, como a última coisa que eu pensava naquele momento era em tempo, horário e afins, me diverti e fiz algumas amizades na fila que eu estava. Não conheci um só baiano - todos que conversei eram turistas como eu.

Almoçamos por lá enquanto a lojinha reformava os meus abadás para deixá-los mais personalizados. O A. perdeu os documentos e o C. e a S. nos encontraram para almoçarmos juntos e definirmos sobre a night no Trimix. Quando percebemos já era tarde e precisávamos voltar ao hotel ou não conseguiríamos passar de novo, a não ser, escoltados.

Beleza. Tudo estava sendo bem divertido até então, e nos paramentamos todos para o trio do Netinho. Na Bahia, ele ainda faz um mega sucesso e nunca imaginei ver tanta gente como vi. Imaginava que o trio dele era mais light e me dei mal. Principalmente quando ele manda todos "darem a volta no trio"... PQP... Quase fui atropelada e pisoteada... Me enfiei por baixo da corda que fechava o caminhão e por lá fiquei até pararem de correr em volta do trio.

Vimos muitas brigas, a polícia retirando os caras que arrumavam confusão, mulheres se esbofeteando e arrancando os cabelos, mas nada de barra pesada conosco. O que aconteceu de mais sinistro, foi quando estávamos na "pipoca", indo para a concentração do trio, e cercaram o C. para roubar o que ele tinha nos bolsos. Como ele não tinha nada, nada aconteceu. Ufa.

Nesse momento, repensei os dois dias anteriores e a praia em Cumuru... Acho que a fase que entrei na minha vida agora é de calmaria, tranquilidade, paz, praia deserta.

Quando já tínhamos andado mais de 80% do caminho, cansei. Entrei no meio da fila indiana de policiais para me escoltarem até o meu camarote e fui toda prosa. Ninguém encostou em mim. Frescura? Acho que não. Definitivamente, já tinha passado pela experiência que me faltava, que era sair atrás de um trio elétrico. Esse foi o de sábado. O de terça, já desisti até segunda ordem. Uma coisa de cada vez.

sábado, fevereiro 17, 2007

Estava certa...

Passei a minha adolescência inteira sem a menor curiosidade de passar um carnaval na Bahia... Tudo o que meus amigos queriam na época, era passar o carnaval em Salvador, sair atrás dos trios elétricos e beijar muitos pretês na boca. Aquilo jamais me instigou alguma coisa boa... Sempre me chamaram de fresca e até às vésperas desse carnaval, os mesmos amigos me diziam que pagavam qualquer coisa para tirarem uma foto minha no meio da "galera".

Ninguém precisou pagar nada. Fui. Com a cara e a coragem, para julgar realmente com conhecimento de causa. Agora sim, posso dizer que atrás do trio elétrico só na próxima vida. Minha cota já acabou.

De repente, errei por ter ido de carro, passado pelo sul da Bahia e parado em praias paradisíacas antes do inferno... Talvez, de avião, descendo direto em Salvador, teria enxergado de outra forma. O problema é que depois de ter passado por dois dias maravilhosos, onde acordava com o som do mar e dos pássaros, preguiças sobre as árvores, e sequer olhava o relógio ou os celulares, me vi no meio da multidão suada, brigas, arrastões, assaltos, e pisões no pé. Aff... Acho que a idade chegou...

Ao mesmo tempo, acho que teria o mesmo ponto de vista nos meus 15 anos.

Quando saíamos do paraíso, nos deparamos com a estrada pela metade. Havia chovido a noite toda, e uma parte da estrada caiu. Simples assim. Sem nenhum aviso prévio, chegamos lá e não tínhamos como atravessar a não ser de bote. Tivemos que voltar mais 220km e recomeçar nossa viagem. Ao invés de 10h, levamos 14h para chegarmos em Salvador. Foi uma aventura.

Passamos pelo meio de uma boiada. Posso dizer que praticamente fomos atropelados e senti um friozinho na barriga no meio das vacas e dos boizinhos. Tiramos muitas fotos, e tenho mais histórias para contar pros meus netos (!!).

Acabamos chegando em Salvador na sexta-feira de carnaval, em meio ao trio elétrico da Banda Eva. Tivemos que ser escoltados até o hotel e o carro ficou na rua. Impossível chegar no estacionamento com milhares de pessoas atrás do trio.



Assisti a primeira noite do camarote. Estava exausta e nem pensei em enfrentar aquele tumulto depois de tantas horas de estrada.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Dias merecidos de folga!

De hoje até o dia 17 de fevereiro, estarei de férias pelo sul da Bahia e, a caminho da multidão no meio dos trios elétricos em Salvador! Ficarei perdida por lá até o dia 26...

Volto depois com força total para atualizar tudo o que eu vivi, senti e deixei de escrever por causa da vida mansa e sem internet.

Beijocas.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Na marra...

Escrevi hoje para uma grande amiga da turma do ballet. Descobri que na rua em que moro há pouquíssimo tempo, tem um estúdio de dança conceituadíssimo, e cheguei a me arrepiar quando passei na frente e li a placa ( sem exageros). Que vontade me deu de entrar e perguntar tim tim por tim tim os preços, os horários e as turmas para adultos. Mesmo sem tempo para mais nada, decidi que voltarei ao ballet e não jogarei fora os 20 anos que estudei com afinco.

Parada há seis anos, por causa do horário de trabalho e afins, me arrependo de não ter dado continuidade mesmo com o pouco tempo que me sobrava. Sempre fui muito disciplinada, e jamais continuaria na turma se não conseguisse frequentar diariamente, como sempre fiz. Por isso, saí. Triste demais, mas saí.

Hoje, passando pelo tal estúdio, fiquei pensando na conversa que eu tive com o A. " Tem coisas que devemos procurar abrir espaço na marra, ou corremos o risco de serem extinguidas das nossas vidas"... Foram as palavras dele que mais me chamaram atenção naquele momento, e que hoje, do nada, me vieram à tona. Pois é assim que estamos levando nossas vidas atualmente, na marra. Se tem algo que não se dilata espontaneamente, é o tempo, pelo contrário, cada vez se aperta mais, e a gente acaba extraindo tudo o que a gente quer da vida, assim, forçando um pouco ou um muito, para que aconteçam finalmente.

Dessa forma, seguimos na "night" - mesmo com medo da própria sombra. Saimos para jantar, para o cinema, para algum barzinho ou casa de amigos, colocamos um cd no carro e seguimos cantando com os vidros bem fechados, despistando as neuras e tentando estacioanr bem longe das estatísticas estampadas nos jornais.

Prometemos nunca mais telefonar para quem nos faz sofrer, mas sempre telefonamos. Ele atende, e implica, e a gente some, e ele chama, e a gente volta, e briga, e ama, e sofre, e ama, e ama, e desama, e termina, e quando parece que cansamos, que não há espaço para um novo amor, outro aparece, outro parto, começa tudo de novo, aquele ata-e-desata, o coração da gente sendo puxado pra fora. Aff...

Somos mágicos: vivemos 38h por dia, nove dias por semana, 16 meses por ano - com um salário microscópico, bolsos e cofrinhos vazios, e muita força de vontade. Conseguimos dar a volta ao mundo com meio tanque de gasolina, dormimos apenas cinco horas por noite ( o suficientes para mim), sonhamos acordadas o tempo inteiro. Saímos para um drinque com as amigas e voltamos para casa sóbrias, entrando em casa sem acordar ninguém - uma borboleta não seria mais leve. Lemos todos os livros do mundo nos intervalos das novelas e durante o futebol deles.

Paramos três segundos para olharmos o pôr-do-sol pela janela, telefonamos para nossos pais ao mesmo tempo em que respondemos o e-mail do chefe, e se alguém sorri prá nós, a gente se aproxima, se arrisca e renasce nesses momentos da vida. Porque se não for assim, será da casa-pro-trabalho, e do trabalho-pra-casa, deixando o tempo agir sozinho, esperando dilatações espontâneas como no momento em que um bebê está prestes a vir ao mundo. Como essas dilatações não acontecem, permanecemos ali, paralisados naquela mesma vidinha de sempre, lamentando o fim das aulas de ballet.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Caquinhos...

Todos os textos que escrevi sobre Divórcio, Separações, Fins e Afins, estão no meu blog mais íntimo e pessoal.

Uma espécie de universo particular que eu dividirei com as pessoas que quiserem trocar figurinhas acerca desse assunto tão complexo!

Para Ler sobre os Fins e Afins!

domingo, fevereiro 04, 2007

Ponto de Vista...


Aos trancos e barrancos, e depois de muita porrada, sigo olhando as estrelas e otimista, como sempre. Ufa!

sábado, fevereiro 03, 2007

Joga fora no lixo!

O mundo moderno é assim: reciclagem, coleta seletiva, vidro para um lado, papelão para o outro, plásticos, latas, tudo separado, e ai de você se misturar garrafas com jornais! É tudo separado, ensacado, colocado na cestinha que compramos com cores diferentes para cada compartimento. Tudo isso, dividido com meus ilustres vizinhos. Tudo lá: escancarado!

As garrafas de vinho vazias e as embalagens de camembert e brie, mais os frascos das geléias de damasco e cassis no lixo denunciam a noite memorável que você teve, ontem, junto à lareira, com seu amor. Seus vizinhos sabem. Não sabem seu nome, seu telefone, não te reconheceriam se cruzassem contigo na rua. Mas sabem o que você tomou durante toda a semana no café da manhã: suco de melancia. E sabem dizer até qual é a marca do dito cujo e a padaria que vc compra o pão.

Seu vizinho sabe que você foi agraciada com um buquê enorme de girassóis na semana passada, já que ele teve o desprazer de encontrar as probrezinhas no cesto, nesta tarde. Estavam elas lá, murchas e mal-cheirosas, depois de tanta felicidade que proporcionaram aos seus olhos. Sabem todas as vezes que vcs brindam ou comemoram o sucesso do relacionamento de vcs ou qualquer outra coisa que tenha dado certo.

Estava começando a dieta e não queria contar pra ninguém? Não adiantou o segredo: seus vizinhos foram os primeiros a descobrir que você planejava afinar sua cintura. Como não notar que as caixas de chocolate e pizzas delivery deram lugar a potinhos e mais potinhos de iogurte desnatado e shakes prontos? Como não perceber que, ao invés das volumosas caixas de petit-fours, você andou preferindo sacos de pão de fôrma light e queijo cottage?

Eles sabem de tudo. Sabem o que você come, o que você bebe, o que você descarta, conhece os jornais e revistas que você lê e tudo o que vc assina e chega pelo correio. Estas pessoas saberiam dizer exatamente quem você é. Santa-discrição-do-vizinho-ao-lado-que-nos-proteja! Conclusão que chego: Reciclar já e privacidade para depois.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Bate-boca sem sentido...

Tudo ia muito bem na equipe até começarem as fofocas... Hoje, mais uma discussão das meninas, sem sentido nenhum... Que saco! Fico pensando até que ponto vale à pena me meter na discussão e expor meu ponto de vista ou se é melhor ficar quieta deixando que se matem. Perdi a paciência. Essa coisa de sairem batendo porta, e deixando os outros falando sozinhos não é postura profissional nem de longe - Pelo menos não para mim... E isso, definitivamente eu não aceito.
Para completar, saí da sala, não me despedi de ninguém porque elas já tinham saído esbravejando, e quando me dirigia ao portão de saída para ir embora: TIROTEIO....
Todo mundo que estava saindo, voltou e deitou no chão... Os carros deram ré, uma sensação muito merda. Me escondi atrás de uma árvore, mas o celular tocou. Meu luv, me perguntando que horas nos encontraríamos, e eu desandei a chorar... Me senti tão exposta e tão impotente... Queria colo, queria paz, queria segurança. Que finalzinho de expediente.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Perto demais...

Todas as semanas, independente da quantidade de trabalho ou de qualquer outro motivo, escolhemos um dia e vamos ao cinema. Geralmente, nas noites de quartas... Hoje, depois de um dia exaustivo, decidi pegar dois filmes na locadora e assistir em casa, largada na minha cama. Peguei dois filmes que já tinha assistido no cinema, mas que gostaria muito de rever.

Fui na pré-estréia de Closer, com meu luv e alguns amigos. Confesso que o filme mexeu com cada um de forma diferente. Acho que depende muito da fase que cada casal está vivendo quando o assiste e por isso as conclusões foram bem distintas. Na época, achei muito interessante, mas não fiquei pensando muito a respeito. Hoje minha visão foi outra.

Lembrei imediatamente de um poema que eu li há alguns dias e que me persegue desde então. Nesse poema, que sequer lembro o nome, tem um verso que diz: " Nenhuma pessoa é lugar de repouso".

Imediatamente, percebi o quanto esse verso era perfeito para a história que eu estava revendo, onde quatro personagens relacionam-se entre si e nunca se satisfazem, seguindo sempre em busca de alguma coisa, que não sabem exatamente o que é. Não interagem com outras pessoas ou com as questões banais da vida. É uma viagem interna que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que de certa forma, é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento. Imagino, que certamente assinariam embaixo do verso que me persegue volta e meia.

Apesar dos diálogos divertidos e interessantes, é um filme seco, e posso dizer que bem triste. Uma visão microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um leque enorme de opções sexuais e total descompromisso com a eternidade - nada foi feito para durar. Quem não estiver feliz, faz as malas, e sai batendo a porta ou não. Relações mais honestas, mais práticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraiso, mas o fato é que assim que o filme acabou, senti um gosto amargo na boca.

Com o tempo e com a vida, amadurecemos, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos mais tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar alguém, que sozinho, consiga corresponder todas as nossas expectativas - sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o "sistema" de rodízio e aproveitam a vida da forma que julgam ser mais prazerosa. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, certo?

O problema é que ninguém é maduro o suficiente, a ponto de abrir mão de toda a inocência que lhe restou. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Atualmente, o que mais vemos e ouvimos são os contos de foda, mas mesmo assim, sou mais romântica do que cética.

A vida lá fora flerta descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo: "leve dois, três, e pague um"... Também parece tentadora a idéia de contrariar aquele verso que me persegue (e já citei anteriormente) e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.

Não há nada de errado em curtir o marasmo de um relacionamento que já não é mais apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você... Já nao é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, em brigas ou discussões... Os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se incomode com isso?

Relacionamentos mais longos conseguem atravessar a fronteira do que é estranho, um vira "casa" do outro. A amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de aventuras. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza do que sentimos por alguém. Medimos a grandeza desse sentimento diante das atitudes diárias e do que aquilo tudo representa.

Sentar junto dele, de frente para a lua, quando há lua, ou de frente para a chuva, quando há chuva, e brindarem com as taças novas, contendo vinho, café, ou água... Já ouvi falarem que isso sim é paz. Vejo mais como uma relação calma entre duas pessoas que sem se preocuparem em ser modernas ou eternas, fizeram uma da outra, seu lugar de repouso. Se escolheram e de repente, tem é preguiça de voltar à ativa. Muitas vezes é isso mesmo. Mas vai saber, pode ser amor de verdade.