terça-feira, dezembro 28, 2010

Contagem Regressiva - 2011

Recebi esse texto da Elvis, e claro, fiz questão de dividi-lo com vocês, que passam por aqui.

"FELIZ OLHAR NOVO
(Carlos Drumond de Andrade)

O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história.
O grande lance é viver cada momento como se a receita de felicidade fosse o AQUI e o AGORA.

Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais…, mas, pensa só: tem graça viver sem rir, de gargalhar pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho? Quero viver bem!

Este ano que passou foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões. Normal. As vezes a gente espera demais das pessoas. Normal. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou. Normal.

O ano que vai entrar vai ser diferente. Muda o ano, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?

O que desejo para todos é sabedoria! E que todos saibamos transformar tudo em boa experiência! Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim…

Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passe-o para a categoria 3. Ou mude-o de classe, transforme-o em colega. Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.

O nosso desejo não se realizou? Beleza, não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de um lance que eu adoro): CUIDADO COM SEUS DESEJOS, ELES PODEM SE TORNAR REALIDADE.

Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam bem diferentes.

Desejo para todo mundo esse olhar especial.

O ano que vai entrar pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro.

O ano que vai entrar pode ser o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular… ou… Pode ser puro orgulho! Depende de mim, de você! Pode ser. E que seja!!!

Feliz olhar novo!!!

Que o ano que se inicia seja do tamanho que você fizer. Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensarmos tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"



FELIZ 2011 A TODOS NÓS !!

sábado, dezembro 25, 2010

Ah......... O Natal......


É com a imagem da árvore da Lagoa deste ano, que desejo a todos um Feliz Natal, com muita saúde, paz, harmonia, sorrisos largos, abraços sem fim, delicinhas, presentinhos, brindes e mais brindes!

Sejam felizes, comemorem muito, e confraternizem sempre! Volto logo [logo mesmo].

sexta-feira, dezembro 24, 2010

- 4 anos de blog -

Para alguns, é um tempo curto, e, para outros, uma vida inteira, então, o que cabe neste espaço de tempo? Muitos assuntos discutidos, muitos acontecimentos abordados, muitas experiências vividas, outras muitas descartadas, algumas mudanças no visual, calmaria, inquietação. Nos últimos quatro anos, foram muitos os assuntos aqui neste espaço.

Desde reflexos da atualidade, nada animadores - guerra, violência, truculência, terrorismo, ignorância, corrupção no país, muita falta de vergonha na cara, vulnerabilidade do povo que segue rindo [de nervoso] diante de tanta desordem política e social - um panorama aparentemente sem remédio. Até, sentimentalismos. Alguns partiram, outros chegaram. Uns insistem em viver seus dias com pressa, outros resolveram deixar rolar. Muitos amores solidificaram-se, e muitas paixões tiveram o fogo apagado por um balde d'água fria, jogado a esmo pelos vizinhos dos andares acima.

Pra mim, estes quatro anos, vieram com força! Mudei de cidade, deixando na minha história, trinta anos de vivência na cidade maravilhosa. Fixei residência num cantinho do interior em nome do amor. Deixei muito pra trás. Os que cruzaram meu caminho nesses dois anos que morei longe dos meus, me fizeram crer que existe muita gente do bem, prestativa e solícita, assim como existe muita gente desagradável, infeliz e antipática - mas esse tipo de gente, se encontra em qualquer cidade! Nestes quatro anos, arrumei um emprego maravilhoso, me despedi deste mesmo emprego maravilhoso sob uma chuva de lágrimas e abraços sem fim. Um misto de gratidão com saudades antecipadas.

Nestes quatro anos, voltei pra minha casa, pro meu espaço, pro meu mundo. Cresci mais um pouquinho. Nem pra cima, que minha idade não me permite mais este luxo há tempos, nem tampouco para os lados porque a vergonha na cara chegou e ficou. Mas cresci por dentro. E a sensação que fica após passar por tantas dificuldades e sair inteira, é boa demais!

Há quatro anos, eu não sabia como funcionava um blog. O primeiro blog que conheci foi o da Tita, que não escreve mais e me mata de saudade. De quatro anos pra cá o meu blog existe, nele publico o que sinto, o que penso, o que observo. Nele publico o que alguns outros sentem, pensam, observam e dividem comigo. Nele publico o que me deixa indignada, o que me deixa apaixonada, o que está no ar e o que colocaram sob o tapete da sala de jantar.

Tudo em forma de crônicas, textos, contos, que escrevo, que reviso, e que tenho o imenso prazer de compartilhar aqui com vocês. Que venham mais quatro anos, mais dez, mais sei lá quantos que vierem. Tudo o que é bom, dura o tempo que precisar ou puder durar, enquanto quisermos, enquanto ainda for bom.

E tem sido muito bom pra mim. E tenho certeza de que será ainda melhor.

Para todos que visitam o blog - mesmo nesse período que estive afastada - e para todos os que me escrevem, muito obrigada !!!

quinta-feira, novembro 25, 2010

Eu ♥ Rio!



Há praticamente um mês estou distante desse espaço, mas hoje, não tinha como deixar de retratar o amor que sinto pelo local que eu moro, que escolhi para viver plenamente e para chamar de meu.

Hoje eu dedico o blog a todo o amor que sinto pelo meu Rio de Janeiro. Paz para todos nós!

sábado, outubro 23, 2010

Sem Palavras..............

Eu sinceramente, só consegui vir aqui agora - para dividir com quem gosta - uma das músicas mais lindas do show inesquecível que teve aqui no Rio, há alguns dias....

O primeiro show que assisti do Bon Jovi, foi em 89. Se não me engano, o segundo show que assisti da banda foi em 95 com outra turma [a da faculdade]... Agora, 15 longos anos depois, lá estava eu, quase na grade, sentada nos ombros do maridôncio e hipnotizada pelo Jon....

Desculpem-me por todo esse entusiasmo da mulher de 30 anos que vos escreve, mas fiquei sem palavras e mesmo com 39 graus de febre, pulei e gritei muito como uma adolescente encantada por esse homem...

Cheguei a me surpreender por lembrar as letras inteirinhas das músicas mais antigas e não tenho palavras para descrever tanta emoção! Sei lá.... Eu nunca fui tiete assim de banda nenhuma nem passei perto de ser, mas há tempos não ficava de boca aberta como fiquei durante esse show [e confesso que não perco os que surgem pelas bandas de cá - adoro eventos assim].

Alguém pode me dizer como ele se mantém tão, tão, tão gostoso?

Para quem curte, posto o vídeo mais próximo do lugar em que eu estava. E para mim, é mais que uma recordação.




BON JOVI - These Days - Apoteose Rio de Janeiro - 08/10/2010

segunda-feira, setembro 27, 2010

Block

Alguém sabe como bloquear o acesso de uma pessoa ao blog?

Existe essa possibilidade?

Estou precisada dessa resposta pra ontem.

sexta-feira, setembro 24, 2010

De costas....

Movimento contra o Fresno na abertura do show do Bon Jovi....

Aff....

E o vocalista da tal banda, ainda diz que não se importará se a platéia vaiar, porque estará de fones no ouvido. Depois de uma dessas, quem vai de fones de ouvido sou eu.

terça-feira, setembro 21, 2010

...

Hoje eu só quero que o dia termine bem...

terça-feira, setembro 14, 2010

Uma Semana......

A semana que passou pós feriadão, foi curta e ao mesmo tempo pareceu demorar uma eternidade. Logo na 2a feira, véspera do feriado, sofri um acidente que me deixou de molho e me deixará por alguns longos dias. Desagradável, mas tem coisas bem piores, e nem estou reclamando [não é isso].

Nesse período, longe do computador [por motivos óbvios] aproveitei para ler as revistas que não li e dois livros que estavam olhando para mim há alguns meses sem que eu os tocasse. Durante esse processo, li que segurança para ser definida e entendida precisa ser comparada e contrastada com outros conceitos diretamente relacionados: confiabilidade* e continuidade...

Ok...

Na verdade, eu nem precisava ter lido nada disso para entender todo o contexto. Só precisava me olhar no espelho e compreenderia que para estar tranquila e me sentir segura preciso ter certeza [ou alguma coisa bem próximo disso] de que continuarei como estou e que posso fechar os olhos sem maiores preocupações.

Não é necessário tanta vigilância, tanta ansiedade ou tanta apreensão - se é que juntar essas três palavras não é de fato tripla redundância - mas, sinceramente, ainda estou para conhecer alguém que nunca tenha ficado inseguro diante de uma circunstância incomum ou inusitada...

Alguém para levantar a mão?

Alguém?

Desconheço... Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... Ninguém. Encerrado o leilão.

*wikipédia

quarta-feira, setembro 01, 2010

Quando um certo alguém...

Cruzou o teu caminho
E te mudou a direção....

Como já dizia o Lulu, há pelo menos uns 30 anos:

é melhor não resistir, e se entregar.........................

Vai continuar pensando, pensando e perdendo seu precioso tempo?

terça-feira, agosto 31, 2010

Alta noite já se ia...

Para quem gosta tanto de dormir como eu, a insônia é um castigo. De todas as coisas que consomem a minha beleza, nada é como ela. O que poderia ser pior do que perder noites e mais noites pensando no que não tem solução? No que você não terá coragem de dizer ou fazer? Naquelas que mesmo se tivéssemos coragem, não poderíamos fazer? Idealizando situações e futuros próximos... Revisar passados quase que presentes - Revisar passado, para mim, é um martírio.

Sem contar que normalmente, junto com o precioso sono perdido, perde-se também a concentração - o que me obriga literalmente a matar o tempo, preocupada tão somente em não dormir, sem pensar em nada que possa ser realmente útil.

Outra coisa que escorre pelo ralo é o senso crítico: só Deus sabe o quanto pode ser ridículo aquele monólogo noturno. Fora o estresse com os barulhos que insistem em aparecer na calada da madrugada quando estamos sem sono e sozinhos.

Mesmo assim, considero que tenho uma vizinhança muito solidária às minhas noites insones... Sempre tenho com o que me distrair:

Os da direita costumam sair sem levar as chaves. Retornam tarde da noite e ficam esmurrando a porta como se morassem isolados no mundo. Chamam baixinho, jogam pedrinhas na janela, escalam o muro para entrarem pelo terraço e constatam que a porta de lá sempre está trancada... Com eles, isso sempre é assim... Quem ficou em casa, provavelmente hiberna - incrível. Isso acontece religiosamente, há meses, há anos, pelo menos uma vez por semana. Agora, numa boa... Por quê não levam as chaves? Será que não fizeram cópias?

Os de esquerda, costumam ser mais quietos, mas o movimento de entra e sai é grande, e claro, incomoda... Tiram meu sono desde bem jovens... Sempre gostaram de diversões ilícitas e eu, claro, tenho medo que aconteça alguma coisa realmente grave tão próximo. Na verdade já aconteceu algo grave, mas nem cabe escrever aqui.

Além de gatos que namoram no telhado e de cachorros que resolvem se comunicar no silêncio da madrugada, daquele galo com relógio biológico desregulado e da moto do segurança do condomínio que tem uma busina ridícula. Também têm os shows com entrada franca: volta e meia rola um bate boca. Marido x esposa, pai x filho, mãe x filha, irmão x irmã, namorado x namorada...

Se gosto deles? Claro que sim, ou nem escreveria sobre isso... Vizinho é o parente que mora mais perto, e sim, eles sempre nos socorrem quando estamos precisadas.

segunda-feira, agosto 30, 2010

Sonhos...


Mais um selinho de qualidade, e esse veio do Blog da Lilly. O convite feito por ela e a proposta do selinho é se permitir a sonhar.... Então, o que estamos esperando?

Eu, pisciana de carteirinha, mesmo que digam que depois dos trinta anos o ascendente que nos rege, confesso flutuar [e sonhar, sonhar] em vários momentos do meu dia de 25h.

Porque em alguns momentos parece que estamos na mesma paz que os peixinhos dentro de um aquário. Tão relaxante de observar, sempre em andamento, movimentado de certa forma, mas sempre inspirando a calma e a tranquilidade... Tranquilos, em constante deslocamento, ao mesmo tempo calmo, e sem querer parar.

Flutuando entre a realidade e o sonho.

Tudo parece sonho sim e claro, ao mesmo tempo que é uma delícia, também é assustador constatar que a qualquer momento a realidade pode nos surpreender. Então vive-se como num sonho, abraçando o dia de hoje intensamente, e batalhando para que amanhã seja exatamente igual ou ainda melhor.

Flutuando entre a felicidade de estamos num aquário só nosso, e na certeza de que somos responsáveis por todas as nossas escolhas, tudo parece mais acertado. Partilhando a sorte de termos guelras como os peixinhos que observamos, a mesma tranquilidade, a mesma leveza, e a capacidade de divagar, de sonhar sem limites e sem direção. Nada nos aborrece. Nada.

Um lugar criado para nós e por nós, com tudo o que precisamos para nos manter. Um lugar com espaço suficiente para sermos livres e para nadarmos sem pressa. Um lugar que tem sempre o jeitinho que precisamos e tudo o que escolhemos. Pra quê nadar em alto mar se nesse lugar temos tudo o que precisamos?

Nesse lugar, vivemos sem os pés no chão. Mas vamos combinar........ alguém em algum momento, disse que os peixes tinham pés?

Sonhos...... Neles, tudo é possível - pelo menos nos meus...

sábado, agosto 21, 2010

Selinho novo!


Este foi presente da Bethinha, do Noites em Claro.

O que é mágico para mim?

Não sei se conseguirei descrever tudo o que me remete à magia na minha vida, mas tentarei relatar o que estou sentindo agora...

Mágico pra mim, é:

- Acordar com saúde e poder aproveitar cada minuto do meu dia como aproveitava antes de ficar doente! Só comecei a reparar nessa sensação quando meu corpo começou a reagir a tudo o que estava acontecendo. Hoje, ainda debilitada, o mais importante pra mim é ter saúde, para seguir em frente;

- O sorriso do homem que eu amo e a forma como ele olha para mim desde que nos conhecemos;

- Deitar no colo da minha vó, sentir aquela mãozinha deliciosa nos meus cabelos, e ouvir aquela voz mansinha, contando todas as histórias da família, desde que ela nasceu em 1920 até os dias de hoje, com tanta lucidez;

- Poder abraçar meus pais e meus irmãos e sentir a energia dos corpos deles no meu;

- Ter grandes amigos ao meu lado, presentes na minha vida em todos os momentos mais que importantes, mesmo que distantes geograficamente;

- É saber que por mais difícil que possa parecer, você consegue superar com a ajuda de quem te ama e quer o seu bem;

- É voar de balão agarrada no pescoço dele;

- É namorar com ele como se fosse a primeira vez;

- Dançar na chuva sem se preocupar com o que os outros vão pensar;

- Poder estudar sempre, sempre, sempre...

- Ler aquele livro que ganhou da sua amiga que quer te ver sorrindo e reconhecer várias passagens como suas;

- O pôr do sol no Arpoador;

- As baleias e seus filhotes em Abrolhos;

- Um piquenique surpresa, com tudo preparado por ele e pelos amigos para o seu aniversário;

- Viajar, viajar, viajar, e viajar de novo;

- É buscar a felicidade sempre, em tudo o que faz parte da minha vida!


Como demorei para cumprir essa 'tarefa', todos os que passam por aqui com frequencia, já foram indicados para dar continuidade à brincadeira. Quem quiser participar e não tiver a indicação, fique à vontade para pegar o selinho e escrever sobre tudo o que é mágico na sua vida.

Enjoy us.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Microeconomia?...

Quando entrei no supermercado, pensei com meus botões, que viver é como andar por ali com a cestinha de compras, em busca dos bens essenciais à sobrevivência humana. Não só de água, refrigerante e biscoitos vive o homem. Queremos amor, queremos família, queremos trabalho, reconhecimento, mais amor, saídas perfeitas com os amigos, arte e diversão e, em muitos momentos, queremos apenas o silêncio.

Tal como as prateleiras onde ficam expostas as mercadorias, tudo o que queremos tem um preço. Preços altos, preços baixos, preços a serem pagos, e nem sempre na moeda corrente. Em alguns momentos, o desejo custa o preço de uma despedida. Precisamos nos despedir de algo que prezamos muito para conseguirmos um outro algo, que prezamos mais. Ou que necessitamos mais. E será sempre assim.

Há quem tenha largado a carreira e toda a rotina estabilizada para viver um grande amor na Austrália. Há quem tenha largado sei lá quantos anos de profissão solidificada para priorizar a saúde e o bem-estar na beira da praia. Há quem tenha que deixar o bebê na creche para se apresentar linda, bela e eficiente na reunião que marcaram às oito da manhã no escritório.

Quando aquela dor aguda de ter abandonado seu cantinho tão familiar visitar, pense no amor australiano que não pára de crescer. Valeu o preço pago. Quando a dúvida pairar sobre os seus neurônios, questionando a razão da radical mudança de estilo de vida, pense em como você sofreu com o estresse provocado pela rotina rock n'roll daquela empresa no ano passado, e olhe para o mar azul que enfeita a frente da lojinha que você acabou de inaugurar. Valeu o preço pago.

Quando no final do dia você chegar exausta do trabalho, louca para pegar seu bebê no colo e enchê-lo de beijos, e ele estiver dormindo o sono tranquilo e mais profundo, sem sequer dar aquele sorriso sem dentes que você tanto ama - pense nas contas no final do mês que precisam ser honradas, compensando as horas de ausência com outras tantas horas de presença intensa e colo de mãe - que é um só. Tudo terá valido muito à pena e o preço pago. Ele é quem te dirá isso daqui a trinta anos.

Assim como nos supermercados, tudo na vida tem um preço. Volta e meia pagamos com mudanças, volta e meia pagamos com despedidas. Sempre pagamos com decisões - umas muito bem pensadas e refletidas, outras nem tanto quanto gostaríamos.

No final da jornada, ao passarmos pelo caixa, a única moeda que não queremos de troco é a culpa. Para tanto, é necessário sacar da carteira a moeda certa para este pagamento. Amor se paga com amor. E, se o seu bem foi pago com amor, sensatez e bom-senso, relaxe. O troco virá na mesma moeda. Com certeza!

terça-feira, agosto 10, 2010

Copiando de novo, gente?

Meninas do meu coração....................

Isso é chato demais! Quem vem aqui, comenta, troca experiências comigo e não tem nada a ver com o assunto, me perdoe, mas preciso deixar relatada a minha indignação diante de mais essa.

Ei vocês que sabem do que estou falando.... Não adianta bloquearem o blog apenas para leitores convidados... Quando copiam qualquer expressão minha, eu fico sabendo. Recebo as informações de TODAS as cópias que vocês fazem dos textos que escrevi. Tenho tudo registradinho, e recebi as datas das cópias, as palavras copiadas, as frases copiadas, o IP do computador de vocês, cidade, país, e tudo bem detalhadinho. Prá quê insistir, hein ??

Se quiserem conversar, podem me escrever um email que responderei com toda a atenção, mas não copiem achando que ninguém vai ficar sabendo [e que eu menos ainda] porque vocês estão redondamente enganadas. E eu sei que você, mocinha que passou o dia inteiro copiando, está online nesse exato momento!

Qual a graça de assumir a autoria de um texto que não escreveram ?? Qual a graça de assumir a experiência de outra pessoa como se tivesse vivido a mesmíssima coisa ?? Me poupem, né ?? Coisa feia....

Pra você que tem o blog apenas para leitores convidados e passou os últimos dias logada no meu, copiando tudo o que quis, e assumindo a autoria, fique atenta! Tomarei as devidas providências! Tenho todos os seus dados registrados pela empresa que protege meus textos contra cópias! Peço, com toda a educação, mocinha, para retirar meus textos do seu blog, ok?

[Desagradável isso.. Muito desagradável...]

... Tem Perna Curta...


Gente que se contradiz full time me dá uma preguiça................................

segunda-feira, agosto 09, 2010

Visita Surpresa...

Tem coisas que me assustam. E muito. Deixa eu contar um fato pra vocês....

Cheguei em casa com uma mega dor de cabeça, tomei um banho, um analgésico e fui à cozinha comer alguma coisa. Pra minha surpresa, uma visita inesperada estava ali, olhando pra mim, como se fosse a dona da casa. Travei. Meu reflexo me fez pegar o rodo [estrategicamente posicionado] para enfrentá-la. Sim, era uma visita daquelas que só surgem quando não temos mais ninguém por perto, e nos paralisa por ser o único bicho da face da terra que não conseguimos encarar com um sorriso.

Tentei afastá-la da minha cozinha, em vão, e quando percebi que a batalha estava perdida, dei uma spray-zada bem farta sobre a criaturinha, que correu prum cantinho e ficou parada. Enfim... Fui pro meu quarto, tentar dar uma relaxada, mas lembrei que precisava guardar o feijão na geladeira. Lá fui eu para a cozinha, e eis que aquela coisinha estava ali, na minha frente, como se nada tivesse acontecido. Ok, peralá. Peguei o spray novamente, e pimba, tasquei quase meio vidro na dita-cuja, e ela ficou ali, meio desmaiada, meio sei-lá-como, mergulhada no veneno [não tasquei para matar - só para imobilizá-la]. Esse é meu mal.. Não consigo matar nem uma formiga, enfim...

Aí, euzinha, linda, bela e quase morrendo envenenada, precisei abrir as janelas da cozinha para que aquele cheiro não me imobilizasse também. Eis que olho pro lado esquerdo e dou de cara com a mãe da criaturinha. Sim, ela era maior do que meu controle remoto, e quase infartei. Digo quase, porque fiquei num estado que não sei nem explicar. Como ela era enorme, e estava ali na parede me encarando, deu tempo de puxar o celular e tirar uma foto instantânea para mostrar àqueles que nunca acreditam quando falo que a L. era realmente grande. Sempre acham que por eu ter pavor a esse bicho, vejo sempre maior do que é realmente, mas dessa vez, tirei a foto para registrar meu desafio.

Foi o tempo de me armar do spray e assim que tasquei nela [com uma mega distância entre mim e a parede] a criatura caiu no chão [fazendo aquele típico som horroroso: poft]. Lembrei-me de uma pessoa que eu amo muito e que me diz assim: "nunca se anime quando aparecer uma pequena, porque a mãe dela sempre estará por perto e será bem maior". Não deu outra. Ela estava ali, me desafiando por ter imobilizado a filhota dela, e tentou me intimidar. Disfarcei, mas estava tão nervosa, que meu dedo spray-zou todo o veneno na criatura. Ela correu pra baixo da portinha do banheiro de empregada e eu corri da cozinha.

Tomei outro banho, liguei pros meus pais, e desabei. Chorei, chorei, chorei de soluçar. Só eu sei o quanto precisei ser fria naquele momento e o quanto foi desafiador pra mim. Eles perguntaram se eu queria deixar as chaves e a casa para ela ficar à vontade, mas decidi não abandonar o barco. Fiquei.

Eis que me ocorreu o seguinte...............

E se ela decidir sair dali e entrar na minha casa realmente?

Liguei para o 'esquadrão anti-L' e peguei algumas dicas para que ela ficasse ali, quieta, atrás da tal portinha - pelo menos até amanhã. Fiz tudo o que me orientaram, até que me choquei com a última solução. Meu vizinho disse que viria aqui para retirar as duas [mãe e filha] da minha casa, e chegou armado de vassoura, cestinha de lixo e pá. Ótimo. Pegou a que estava desmaiada [pequenininha] e me perguntou onde estava a maior. Quando indiquei, ele abriu a porta [meu herói da semana] e tirou tudo o que tinha da frente para poder pegá-la VIVA e levá-la pra casa dele, para comer os mosquitos.... Cara.... Como assim? Vai levar pra casa a criatura VIVA, para domesticar?

Cada dia eu me impressiono mais com as coisas [e com as pessoas]...

No final das contas, a criatura maior [a mãe] ficou onde estava porque se escondeu quando viu meu vizinho. Ele não conseguiu achá-la e eu nem me atrevi a chegar perto para ajudá-lo. Espero que ela não resolva sair de lá, ou se sair, que saia para o lado oposto ao da minha casa. Se amanhã ela surgir, chamarei meu super-vizinho para resgatá-la [porque eu ficarei é bem distante].

Foi só um desabafo. Minha dor de cabeça voltou, mas nem sei se posso tomar outro analgésico... Ai ai ai...

domingo, agosto 08, 2010

Obrigada!

Lilly, muito obrigada pelas suas palavras! Te agradeci no seu espaço, mas precisava agradecer por aqui também! Tenho certeza de que essa semana será mais leve, e tudo fluirá melhor. Hoje o céu está mais azul, e o sol insiste em aparecer, então, não tem como deixar de sorrir e acreditar que muitas coisas mudarão para melhor.

Obrigada a todos que estiveram por perto nesse momento, mesmo distante geograficamente! Obrigada!

sábado, agosto 07, 2010

Colo..

Dia-zinho difícil, difícil...... [mas vai melhorar!]

sexta-feira, agosto 06, 2010

Verborragia...

Sou assim. Assim como um monte de verbos misturados, tirando tantos outros que não sei, e outros tantos que nem quero aprender a ser.

Porque não sei cair, parar, perder, descer, morrer, bater, gritar, mandar, obrigar, chorar, esconder, fugir, desaparecer, apanhar, esquecer, sofrer, prender, afastar, abandonar, julgar, discutir, desconfiar.

Eu sou [e gosto mesmo] é de dizer, de ir, de estar, de fazer, poder, saber, querer, ver, ficar, dar, passar, vir, falar, pensar, chegar, olhar, começar. Mesmo que seja re-começar da forma mais prosaica, renovando tudo novamente.

Continuar, sentir, voltar, perguntar, achar, ouvir, sair, entrar, conseguir, responder, encontrar, levar, continuar, esperar, gostar, conhecer, acabar, andar, viver, abrir, escrever, pedir, tentar, correr, chamar, orar, precisar, contar, acontecer, seguir, ler, tornar, trazer, tirar, dormir. E sonhar. Sonhar sempre que for possível.

Lembrar, descobrir, procurar, perceber, trabalhar, subir, levantar, partir, comer, sorrir. Sorrir, sorrir, sorrir... Comemorar, receber, explicar, mudar, acreditar, tratar, compreender, rir, imaginar, entender, pegar, sentar, vir, mostrar, fechar, tocar, existir, decidir, vestir, pagar, deitar, observar, aceitar, ajudar, atravessar, repetir, repetir, repetir...

Desejar, cobrir, acrescentar, reparar, arranjar, crer, manter, acordar, conversar, exclamar, ligar, levantar, escolher, permitir, resolver, ganhar, valer, estender, buscar, caminhar, soltar, preferir, importar, virar, reconhecer, regressar, escutar, apresentar, acender, aprender, preparar, possuir, acompanhar, criar. Criar o que vem pela frente, recriar o que já passou. Mas jamais me conformar.

Insistir, lançar, guardar, segurar, limpar, surgir, crescer, recordar, oferecer, notar, trocar, concluir, carregar, cuidar, cantar, apertar, conduzir, dirigir, sonhar, pintar, revelar, fixar, agarrar, aproximar, retirar, pertencer, comentar, desculpar, estudar, concordar, assistir, admirar, entregar, telefonar, admitir, confessar, saltar, viajar. Pra todos os lugares possíveis e imagináveis.

Envolver, colorir, escapar, afirmar, respirar, ensinar, cumprir, confirmar, agradecer, apoiar, acenar, dançar [muito, muito, muito], confiar, experimentar, alcançar, descrever, suspirar, convidar, pretender, surpreender, voar, aproveitar, vencer, salvar, beijar, inventar, divertir, merecer, agradar. Agradar a mim, agradar a você. Agradar [ou pelo menos tentar] aos gregos, aos troianos e a todo mundo mais...

Nasci assim.. pra viver, pra ser e pra amar.

quinta-feira, agosto 05, 2010

... que Vem e que Passa...

Sinto saudade de tudo o que marcou minha vida. Sinto saudade quando sinto cheiros inesquecíveis e especiais, quando vejo os retratos nos álbuns, quando me lembro do que já realizei, quando escuto uma determinada voz, quando me lembro dos lugares que passei [quando ouço determinadas músicas, quado penso no meu futuro]...

Sinto saudades de pessoas com quem nunca mais tive contato e dos amigos que nunca mais encontrei...

Sinto saudades da minha infância, do meu 1º amor, do meu 2º, do 3º, do penúltimo, e do atual [que nesse momento está distante de mim alguns km]...

Sinto saudades de hoje, que não aproveitei completamente porque estava parada lembrando de ontem e apostando no amanhã. Sinto saudades do futuro, que, quando idealizo demais, não acontece do jeito que eu penso que aconteceria...

Sinto saudades de quem eu deixei e de quem me deixou. De quem disse que viria e não veio... de quem apareceu voando, sem tempo de me conhecer direito... de quem nunca terei a oportunidade de conhecer. Sinto saudades dos que se foram e de quem não pude me despedir direito... daqueles que não tiveram como me dizer adeus e partiram assim, de repente. Sinto saudades de gente que passou na calçada contrária à da minha vida e que só enxerguei de relance...

Sinto saudades das coisas que eu tive e de outras que não cheguei a ter - mas quis muito... Sinto saudades das coisas que nem sei como existiram, mas que se soubesse, com certeza adoraria experimentar...

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o quê, não sei aonde, para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem sei onde perdi... *

* conheço bem o autor.

Não acredito ser a única... Lembro-me de que desde cedo [de muito cedo] já pensava assim, já agia dessa forma e percebi que existe um romance antigo entre mim e a nostalgia.

O autor do texto que me referi acima, se chama saudade, mas não sei se realmente é assim. Sinceramente, não entendo, não sei o que é, e nem sei qual nome dar. Gostaria de entender como alguém pode sentir falta de algo, que nunca teve, que não tem, e sequer sabe o que é...

quarta-feira, agosto 04, 2010

Para amanhã?


Como algumas pessoas conseguem deixar tudo para amanhã achando que será a mesma coisa? Na vida tudo muda tão rápido, com tanta velocidade, que se bobear, perde-se todo um projeto, perde-se aquele tempo que foi dedicado com carinho a alguém, aquela atenção que era gigantesca toma proporções infinitas vezes menores, o que era importante deixa de ser porque surgiu algo mais interessante e atual, ou milhares de outras coisas. O mundo gira rápido demais, e quem fica parado, imóvel, inerte, come poeira e fica para trás...

terça-feira, julho 27, 2010

Certezas...


Em alguns momentos temos certeza de que algo está prestes a acontecer. A mesma certeza de que, a partir deste momento, tudo vai se transformar... O tempo da espera em muitas das vezes, é instantâneo e imediato, e em outras tantas, longo e sutil.

Esperar passou a ser um estado obrigatório que se repete diariamente. Antecede celebração e euforia, surpresa e prazer, felicidade e tristeza. Infelizmente a espera não pode ser evitada, então, o melhor é que seja aproveitada. Dizem por aí que essa mesma espera tem um pouco de renúncia, mas ao contrário, traz uma força única criada pelas expectativas, e a incerteza que muitas vezes nos impulsiona, obrigando-nos à fazer opções e escolhas que não faríamos por impulso.

Enquanto esperamos, a única certeza é de que mudanças estão a caminho: a sala vazia que logo estará cheia, o silêncio que será quebrado por muitos sons, as certezas que se tornarão memórias, as chegadas e partidas que nos farão chorar e sorrir.

A espera, que aparentemente é passiva, nos permite viver momentos de plena atividade – sejam silenciosos, internos, cheios de idas e vindas, hesitação e certezas. Enquanto esperamos, o futuro é viável. A espera sempre será o anúncio do próximo passo a ser dado, de um ponto a seguir.

sexta-feira, julho 23, 2010

Surpresinhas...

Se eu tivesse que dar outro nome para a minha vida, provavelmente seria caixinha de surpresas.

A palavra surpresa tem inúmeros significados, e mais ainda os que considero como tal. Variam do estímulo que surge de onde menos esperamos; do aprendizado advindo daquela experiência considerada falida, e que hoje se tornou moeda de ouro [a tal experiência anterior passa então, a ser vista como pra lá de válida de repente]; passando por aquelas pessoas desprezadas no primeiro aperto de mão [pela primeira impressão que ficou] e que se tornaram melhores amigos; pelass surpresas drásticas, sérias, marcantes que pontuam nossa vida; até às surpresas leves, bobas e consideradas simples, também.

Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu o prazer prosaico ao descobrir que aquela lojinha maravilhosa que você namorava no folhetinho [que recebeu na calçada da feirinha] fica a exatamente dez passos do seu trabalho!

Não existe monotonia. Nunca existiu. Nem poderia existir, tamanha a quantidade de cenas cotidianas peculiares que desfilam sob nossos olhos, a cada instante. Monótona poder ser nossa visão que, às vezes, está cansada e embaçada demais e tem o foco turvo na medida certa e estúpida, que impede que enxerguemos os presentes simples e belos que são colocados de bandeja pela vida ali, na nossa frente, prontos para degustação. Infelizmente nem todo mundo enxerga, não na primeira vez.

Percebi que a vida é uma caixinha de segundas chances, de segundas oportunidades, de segundas tentativas que nos permitem enxergar tudo e todos de uma maneira melhor, sob um ângulo mais positivo, sem reclamações desnecessárias, trazendo para bem perto o tal fator surpresa - ingrediente indispensável à existência daquele rebuliço no estômago, do frio na barriga, de algum tom rosado no rosto, que só aparecem quando a gente menos espera.

A dinâmica da vida é absolutamente sábia [muito sábia]. No desenrolar dos dias, e das noites, quem sofre com a poeira nos olhos e com aquela sensação de inércia que descontrola a paciência, é brindado por dias e noites com gotas de chuva bem no centro da íris. Tudo é clareado instantaneamente. O que era insignificante até este momento, ganha algum significado. O que era desagradável, até então, recebe um quê de engraçado. E o que era anônimo na escala de importância da nossa história passa a ser percebido com mais respeito. Muitas pessoas e muitas coisas merecem um segundo olhar. E cabe a nós, merecer se surpreender. Sempre!

quinta-feira, julho 22, 2010

No Susto...

E depois de 18 anos, assim, do nada, você esbarra com ele na rua........................
................... e parece que foi ontem a última vez que estiveram juntos e misturados.

quarta-feira, julho 21, 2010

Dia a dia...

Uma porta se abre quando outra porta se fecha? A impressão que eu tenho é que a porta pode até se abrir rapidamente, mas quase sempre demora um certo tempinho, e na maioria das vezes, demora mais do que esperamos. Por quê tantos altos e baixos? Pessoais... Profissionais... Por quê tem que ser assim? Pra quê tem que ser assim? Porque se tudo fosse muito bom o tempo inteiro, talvez o tédio chegasse pra ficar. Ou o egocentrismo. Ou o deslumbramento. Porque se tudo fosse muito ruim o tempo inteiro, você ficaria infeliz.

Todo mundo recebe das mãos da vida um pacote equilibrado de situações, sejam das mais exultantes, às mais decepcionantes. Talvez seja este equilíbrio de vivências e momentos, bons e maus, que nos permita andarmos com os pés no chão e não nas nuvens. [e eu sou craque em andar nas nuvens.....]. Sorrir num dia, mesmo sabendo que podemos chorar num outro. Bem-vindos à vida real. Mais uma vez.

segunda-feira, julho 19, 2010

Conversas Terapêuticas...

Conversar serve para passar o tempo. Conversar serve para tirar dúvidas, serve para resolver alguns problemas, serve para obter informações. Mas, acima de tudo isso, conversar serve para o auto-conhecimento.

Quando se tem clareza de idéias e lucidez que possibilitem expor uma sensação incômoda de uma forma precisa; quando se tem um interlocutor que faz as vezes de analista mas é aquele grande amigo querido emprestando-lhe o ombro, os ouvidos e suas experiências de vida; quando se tem essa troca, conversar tranquiliza o espírito, alivia tensões, e faz o perturbado enxergar que não era com ele - todo mundo tem suas crises, seus medos e necessita filtrá-las.

Uns filtram quando mergulham no mar, quando saem de barco, quando furam uma onda. Outros filtram dirigindo na estrada, na velocidade, no deslocamento. Outros ainda, filtram na folha de papel, esboçando, escrevendo, ensaiando. E outros tantos, filtram conversando.

Expor o que sentimos, como sentimos, sem preconceitos, sem receio de ser rotulado, tachado, repreendido, é alternativa que possibilita olharmos para dentro de nós mesmos, enxergarmos o que está incomodando, enxergarmos o que está fora do lugar, o que está cutucando a cabeça e o coração, e tentarmos, compreendendo a razão de todo o incômodo, relativizar a angústia que insiste em aparecer eventualmente.

É muito mais tranquilo passar por tudo isso com a ajuda generosa de um amigo. Aquela terceira pessoa desinteressada que se põe a te ouvir com atenção, com neutralidade. Aquele que reparte com você os receios dele, os medos dele, as inseguranças dele e te faz enxergar que ser humano nenhum é perfeito, nem funciona cem por cento bem.

O ser humano que busca a perfeição nas vinte e quatro horas do dia, pifa na vigésima quinta. Pifar não é vergonha para ninguém... Reconhecer que pifou, menos ainda [embora a sociedade pregue o brilho eterno].

Gente de verdade não tem camada extra de brilho eterno. Gente de verdade costuma brilhar quando corre atrás, quando faz acontecer. E esse brilho todo, vem somado ao suor da conquista e das lágrimas que refletiram quando cairam no percurso. Para essa gente que brilha naturalmente, acordar com o peito apertado, seja por ansiedade, por insegurança ou por medo, é um desafio e um convite à uma boa conversa, a um bom bate-papo esclarecedor.

Se expor, para essa gente, é completamente aceitável. Demonstrar fraqueza é completamente aceitável. Voltar atrás é completamente aceitável. Reconhecer que está mau-humorado, assoberbado, irritado, também é completamente aceitável. Para essa gente que brilha, sentir medo é normal, é natural e não faz deles menos vitoriosos.

Bate-papo que vai, bate-papo que vem, sentimentos que se externam e voltam em forma de palavras de encorajamento: não valorize demais uma sensação ruim. Pra quê viver se culpando? Pra quê remoer acontecimentos doloridos? Não seja negativo, pense no que há de bom. E não se reprima, todo mundo se sente assim de vez em quando.

Nessas horas o que todo mundo quer, é estar do lado de fora e enxergar melhor. Identidade globalizada muito confortante, afinal, ninguém na vida sabe tudo - nem o Aurélio. Conversar com alguém ajuda a enxergar a luz no final do túnel escuro. Pois então, lembre-se de escolher alguém que esteja utilizando óculos cor-de-rosa.

domingo, julho 18, 2010

Selinho novo!



Mais um selinho, desta vez, indicado pela Maria Valéria do blog Com Toda a Minha Alma. Escrever sobre como o mundo pode ser melhor, para mim, é bem complexo. Complexo porque acredito que o mundo pode melhorar através de uma simples mudança no comportamento das pessoas, com mais comprometimento quando o assunto é meio ambiente, quando o assunto é eleição dos governantes, com mais respeito ao próximo e aos que não estão tão próximos assim, com mais cultura acessível, qualidade de vida para todos, com mais amor no coração e no ar.

Poderia listar uma série de coisas que contribuiriam para o meio ambiente e para o bom relacionamento interpessoal [risos] mas seria repetitiva, e todos estão carecas de saber. Tenho tentado andar de bicicleta com mais frequencia, tenho levado uma vida menos apressada, tenho pensado em colocar mais uma pessoa no mundo e quero sim, deixar uma vida melhor para esse serzinho que vai deve chegar.

Enfim............................

Meninas, segue para vocês:
* Noites em Claro - Beth
* Elos e Nós - Taninha
* Relacionamento e Cotidiano - Marcia
* Realizando Sonhos - Lilly

As regrinhas:
Postar "algo" dizendo como se deseja que o mundo seja futuramente. Como esse mundo pode ser melhor. / Indicar o número de blogs que quiser.

quinta-feira, julho 15, 2010

Intensidade...

Você já teve uma vontade parecida com a minha de que agora já fosse o ano que vem? E a vontade de que tudo isso que você está vivendo nesse momento passasse imediatamente e pronto, desaparecesse? E a vontade de que tudo o que você planejou para o ano que vem fosse hoje e hoje fosse amanhã?

Você por acaso já sentiu uma vontade enorme de chorar lendo um texto escrito por alguém que você nunca viu na vida, mas que parece que te leu por inteiro para transcrever cada letra? Você já teve vontade de fazer tudo ao mesmo tempo... e, simultaneamente, a mesma vontade de não fazer nada? Apenas vontade de respirar e deixar bater o coração cada vez mais forte?

Já teve um desejo incontrolável de sair correndo depressa e de gritar bem alto - e se não gritar naquele exato momento, você explodirá? Já? Já sentiu? Eu sinto. Eu sou tudo isso assim, intenso, tudo isso junto, tudo isso ao mesmo tempo, sempre que estou longe de você. Sim, porque quando eu estou por perto, não sei dizer o que acontece, mas quero simplesmente viver, cada minuto, cada segundo, cada tempo que me for permitido viver. Sem angústia, sem aperto no peito. Só com simplicidade. Simples. Bem simples. Como deve ser.

quarta-feira, julho 14, 2010

Rasinho...

Desde crianças, ouvimos que mergulhar no raso é perigoso. Será um supercílio aberto, um corte no queixo, uma lesão na medula nos impossibilitando a execução dos movimentos e sabe-se-lá o que mais. Todo cuidado é pouco, então, fiquemos atentos para não nos machucarmos. Ok, o recado foi dado.

Escutar uma pessoa mais experiente é como mergulhar num mar profundo. Quem não se encanta com aquela criatura que possui a capacidade de formular as frases corretamente? Quem não se encanta com aquela criatura que possui o dom de concatenar as idéias de uma forma tão coerente e concisa, que sempre apresenta fundamentos para defender seu ponto de vista, ainda que com ele não concordemos? É um processo de construção interessante, digno de admiração e de aplausos. Pelo menos para mim.

Os executores desse processo não precisam trazer na bagagem alguma graduação em curso superior nem nada do gênero. Muitos, são graduados apenas na escola da vida, mas seduzem porque sabem, através das palavras, tocar com sutileza a nossa curiosidade, detendo nossa atenção. Costumam abrir a boca quando sabem exatamente o que estão afirmando. Não saem por aí falando qualquer coisa que ouviram em algum lugar, apenas a troco de receber acenos da sua platéia.

Escutar aquela criatura que se acha sábia é como mergulhar no raso: pode ser igualmente prejudicial à saúde. Extressa, detona a paciência, funde os neurônios. Não pela complexidade [antes fosse], mas pela verborragia do seu discurso. Pela capacidade de fazer afirmações bambas, sem base, sem fundamentos. Pelas risadas solitárias e amarelas após o término de cada frase. Famoso 'mala'.

Dar conselhos ou sugestões sobre o desconhecido pode causar máculas irreparáveis na credibilidade de alguém, não é mesmo? Nessas horas o silêncio vale ouro, cravado com diamantes. Daquelas jóias preciosas que guardamos no cofre, com segredo e alarme. Isso e o que mais se fizer necessário para que estratégicamente, a mudez nos resguarde do ridículo de não agradar, de ser inconveniente, e ser o único no recinto que não enxerga esse fato.

terça-feira, julho 13, 2010

Por onde começa?

Começa assim, sempre do começo. Um talvez já tenha cruzado com o outro na rua, num boteco lotado de mesas com amigos tomando um chopp na happy hour, num café, num show, numa festa, mas nem notaram. Nem notariam - poderiam até mesmo estar acompanhados por 'outro' alguém.

Só que depois daquele dia, 'outro' alguém entrou para a história. História essa, que abre o caminho para que um novo capítulo seja escrito no livro da vida de duas pessoas. História essa, que se inicia quando elas se cruzam novamente.

Ela, saindo do trabalho, exausta, cansada, descabelada, usando um terninho sério, daqueles que ela jamais usaria em situações de conquista. Ele, volta de uma corridinha na praia, suado, com aquela camisa de malha e um bermudão mais largo, daqueles que não atrapalham o movimento no exercício. Mas, ainda assim, aconteceu.

Aconteceu de repente. Olho no olho. Interesse mútuo. O desejo aflorou. O terninho, para ele, foi extremamente sedutor. A roupa velha de corrida, para ela, mostrou-se igualmente adequada. Enfim...

Seis anos depois desse encontro, um bebê e um casamento no meio, hoje eles concluem que o momento não importa, não importa o lugar, não importa o que você está vestindo, tudo converge.

Você pode estar acabada, com a maquiagem derretendo. Você pode estar suado e usando um tênis detonado. Indesejavelmente, você pode estar com um verdinho entre os dentes, depois daquele almoço corrido no trabalho justamente no dia em que trocou a bolsa e esqueceu de pegar o seu kit-higiene.

Ainda assim, quando é para acontecer, tudo convergirá para o encontro.

Se for o dia de encontrar o homem ou a mulher da sua vida, não tenha dúvidas: nem que seja na última hora da jornada diária, o destino dará um jeito de colocar vocês dois frente a frente. E mais... Fará com que vocês percebam a importância desse momento tão especial. Sim, porque uma coisa assim não passa desapercebida não.

Aí, meus caros, relaxem. Não maldiga o verdinho no dente, o rosto com mais brilhos do que você gostaria, o cabelo que parecia ter vida própria, ou o tal tênis sujo.

Tudo terá ocorrido do jeitinho que era para ter ocorrido. Perfeito. Sem mais, nem menos. Simplesmente especial. Engraçado. Seu. Dele. De vocês dois, agora. Mas é necessário acreditar. Felicidade assim só aparece para quem acredita que ela é possível.

terça-feira, julho 06, 2010

Dia D

Decidi modificar algumas coisas na minha vida, que precisavam modificações há tempos, mas ficavam na gaveta. Protelei, protelei, mas agora decidi encarar de frente alguns conflitos e vou me dedicar com todas as forças. Amanhã será um novo dia, da minha nova vida! Rumo ao projeto 2011.

sábado, julho 03, 2010

Chocolate, eu só quero chocolate...

Tentei fugir do óbvio, e não tinha pensado em escrever sobre os jogos da Copa 2010 aqui no Blog, mas como não falar do chocolate de hoje? Go Germany !!!

Oléééé nos hermanos !! Nada como um dia após o outro !!

Agora, vamos combinar.... O Maradona teve uma postura bem diferente do nosso ex-técnico ao sair do campo... Mesmo que ele dê um escândalo com cada um dos seus meninos longe das câmaras, o comportamento que ele teve ao perder de 4 x 0 para os alemães foi muito nobre. Aprende, Dunga !! -

E a vizinhança? Tantos alemães soltando fogos [guardados para a comemoração de ontem que não teve], e comemorando cada golaço alemão. Adorei !! ........................... [muitos risos]

Se continuar assim, e espero que continue, ganharei o bolão do trabalho. Fui a única participante, que antes da Copa, colocou a Alemanha como campeã da Copa na África do Sul. U-huuuuuu.

sexta-feira, julho 02, 2010

Toque de Leve...

Há uma diferença gigantesca entre o sexy e o vulgar......
O problema é que ela não percebe onde erra......

...... pisa na bola, e se machuca sem saber que cavou aquele tombo sozinha......

Complicado, meus caros.... Porque ao acordar, pode ser tarde demais para recuperar a imagem perdida.

[adianta avisar, puxar as orelhas ou dar um toque? Sei não.]

quinta-feira, julho 01, 2010

O Bêbado e a Equilibrista no Século XXI

O que dizem por aí é que toda mulher é um bicho complicado. De uns tempos pra cá, o dizem ainda com mais propriedade - já que a ciência se encarregou de gastar um certo tempo em projetos que estudam as informações cromossomiais que cada uma de nós traz dentro do nosso corpitcho. Conclusão que se chegou: as mulheres são geneticamente mais complicadas que os homens. Aff... O que os cientistas querem dizer com isso? Não sei, não sei mesmo, confesso. Mas posso dar um chute [apesar de que hoje, definitivamente, não é dia para falar de chute depois da eliminação da seleção brasileira na copa].

Chutaria que sentir aquele aperto no peito que denuncia que algo está errado, quando, no entanto, tudo parece estar perfeitamente certo é "ser complicada". Então, desencucamos até a próxima encucada (sensação também conhecida por aí como paranóia).

"Ser complicada" é explodir [sem querer] com quem está ao seu lado, talvez por não saber exatamente como lidar com aquele mau-humor que te acompanhou na última manhã. Até reconhecer que todo esse comportamento 'complicado' se trata de um descompasso hormonal, a bola [jabulani?] já foi para fora da linha de campo e nós que fazemos parte do time ficamos lá, na tentativa de fazer a bola voltar para o jogo e tentando explicar para o time todo o por quê do chutão sem propósito algum.

"Ser complicada" é trabalhar das sete da manhã às quatro da tarde, sair para a academia logo depois, ir para casa por volta das sete da noite e, neste meio tempo, encontrar umas horinhas para dar um aperto no marido, levar e pegar filhos na escola, ir ao salão para fazer as unhas, cabelo e depilação, fazer as compras de supermercado semanalmente, aparecer linda e gostosa, leve e perfumada para um jantarzinho romântico, além de se concentrar em toda a atmosfera de sedução, sem gastar os neurônios com a pauta daquela reunião que participará no escritório na manhã seguinte.

"Ser complicada" é fazer tudo isso achando maravilhoso [que sucesso!], mas, ao mesmo tempo, é achar que a mulherada talvez tenha pegado pesado demais nas conquistas realizadas nos últimos anos: ô acúmulo de atividades da p•rra! ["Ser complicada" é concordar com esta última afirmação até, mas não sair por aí assumindo que concorda - afinal, depois de tantos avanços feministas, este discurso Amélia pós-moderno não pegaria bem).

É complicado ter coerência o tempo inteiro. É complicado ter que ser gata, inteligente, bem sucedida, amante insaciável, companheira, determinada, independente e segura: na família e no trabalho. É complicado ser isso tudo ao mesmo tempo, e ainda ser mulher, ser mãe, emanar amor e afeto incondicionais, e ser a melhor na carreira que escolheu. Com certeza não foi previsto lá atrás, que seria tão complicado ser mulher nos dias de hoje. O fato é que é complicado sim. E pronto, disso sabemos.

Faltou a tal pesquisa científica dizer que somos complicadas sim, mas que sabemos descomplicar como ninguém - quando queremos, claro. Talvez assim, entederemos o por quê de 'desopilar' ser um dos verbos mais conjugados.

Não é modismo new age que explica o incenso, a música relaxante e a ioga: é a necessidade atual. Necessidade de equilíbrio na corda-bamba, munidas de sombrinha, tailleur e salto alto com bico fino. E ainda tem a pasta com o notebook! Ahhh, e o celular que acabou de tocar + o caçula dos dois filhos no colo.

Equilibristas como as mulheres atuais... Sei não, mas acredito que ainda estão para existir. E os bêbados que se cuidem, que fiquem atentos e espertos, porque estão prestes, prestes, a serem excluídos da música. O futuro que se aproxima tem homens e mulheres se cobrando 24h/dia e com expectativas a serem supridas idem, se equilibrando juntos na corda-bamba diária. Se assim for, não dou muito tempo para aparecer outra pesquisa científica anunciando o que já sabemos: homens, pasmem, são tão geneticamente complicados quanto nós, mulheres. E isso é fato!

quarta-feira, junho 30, 2010

Semancol...

Eu queria entender o por quê de algumas pessoas tentarem ser o que não são.... É tão constrangedor.... Insistem em falar o que não sabem, em escrever o que sabem menos ainda, em argumentar assuntos que nunca dominaram... Que coisa chata...

Algumas ainda tem a petulância de querer que você discurse sobre aquilo que desconhecem, te cobram como se fosse sua obrigação responder o que não tem sentido nenhum pra ti, e acham que tem liberdade para falarem da sua vida como se fizessem parte dela.

Como se livrar de uma pessoa extremamente inconveniente, que insiste, insiste, insiste, e não percebe o quanto é desagradável? Com educação? Com desprezo? Com grosseria? Com nenhuma das anteriores?

Se alguém souber, me avise, porque já não sei mais o que fazer...

sexta-feira, junho 18, 2010

Um dia, outro dia, e outro também...

Hoje, entre uma conversa e outra com amigos de longa data, sempre parávamos no mesmo assunto: o cansaço.... Era um que reclamava de estar cansado, outro de estar esgotado mentalmente, outro fisicamente, e todos, estressadíssimos. O assunto seguinte: a procrastinação. O que volta e meia deixamos para amanhã mas que podíamos ter realizado hoje...

Todos já fomos flagrados imersos num período de maré mansa intermitente, naquela inércia inexplicável em que o único comando que nosso cérebro envia para nossos músculos é: " já vou, só mais um minutinho, daqui a pouquinho eu faço". Se não todos, a grande maioria.

A maior parte da população se encontra ocupadíssima com suas obrigações diárias e prazos a cumprir. Sonhos e projetos reclamam realização, principalmente quando alguém faz questão de nos lembrar. A cabeça acompanha [ou pelo menos tenta acompanhar] toda essa demanda - é necessário. Mas tem dias em que as engrenagens mentais e físicas parecem não querer funcionar. Trava tudo. Nem um boot funciona.

Trava o dispositivo da paciência. Trava o dispositivo da criatividade. Trava o comando "vou para a academia mesmo com todo esse frio". Trava tudo. Apenas duas alavancas se dispõe a funcionar: a alavanca da contemplação e a alavanca da observação. Mais nada... Talvez a do levantamento da caneca de chá. Afinal, as idéias brotam, ainda que hoje não sejam colocadas no papel [quem sabe amanhã?].

E o amanhã chega logo em seguida, nos ensinando que a vida pode ter muitas verdades que não conhecemos, mas que uma delas nos foi apresentada ontem de uma forma muito sutil: a de que todos nós precisamos de um dia em branco para respirar e nos inspirar a fazer do dia seguinte um outro dia bem mais colorido. Simples assim.

quinta-feira, junho 17, 2010

Duas Décadas...

Quem nunca sentou no chão e abriu aquela caixa enorme, cheia de fotos, cartas, bilhetes, anotações ou apenas cheia de memórias da sua adolescência? Quem nunca traçou um paralelo com o que pensa agora e o que pensava naquela época, com o que planejava aos 15 anos e o que efetivamente aconteceu? Que atire a primeira pedra! [ou que atire a primeira agenda, daquelas bem pesadas...].

Aos quinze, toda adolescente que se preze, questiona o governo, a sociedade, a família, a sua sombra [afinal o negócio é questionar e dar sua opinião, sempre tão valiosa aos olhos adolescentes cheios de razão]. É a fase das convicções.

A convicção dos quinze anos é tão forte... "Farei assim, farei aquilo, serei isso, serei aquilo e nada me impedirá!". Tudo é tão pra ontem, que o imediatismo fica latejando, e o sofrimento toma proporções exageradas. Sempre magras demais ou gordas demais, sofríamos demais, chorávamos demais e ríamos com a mesma freqüência - podendo misturar os sentimentos e tudo acontecer ao mesmo tempo até - sem falar nas dúvidas quanto à profissão a ser escolhida [e nem pensávamos no possível arrependimento das nossas escolhas futuramente]. Escolher o que fazer para o resto da vida na instabilidade emocional dos meus quinze, dezesseis anos! Ai ai ai...

Enxergamos nas meninas de quinze anos o mesmo que fomos, com as variações da época, claro. Os traços peculiares da idade, como a descoberta, o exagero, o olhar absoluto, estão e sempre estarão presentes numa menina de quinze [ menina? Achávamos ou não achávamos que éramos mulheres prontas para a vida ?] Quinze anos depois, muito ainda é igual.

É inevitável não sentir um certo conforto na casa de trinta e cinco anos ao topar com a ansiedade e o medo de passar no vestibular, de perder a virgindade com o namoradinho do colégio, de viajar a primeira vez sozinha, e suspirar aliviada por saber que isso incomodou um dia mas passou. Achar graça por conseguir enxergar hoje que todo o turbilhão de emoções e de idéias passa em algum momento. Passa para dar lugar a outro turbilhão de emoções e idéias novas - mas tudo bem.

Ao conversar com uma menina de quinze anos enxergamos que os problemas mais sérios na vida dela, a gente também teve. Também achou que o mundo ia acabar porque tinha levado uma mega bronca em casa e ficou um mês sem sair, ou porque levou uma rasteira daquela criatura que você considerava sua melhor amiga [que ao final, você agradece à vida por ter tirado a infeliz invejosa do seu caminho].

As dúvidas lá dos quinze, foram substituídas por outras, nos dando uma imensa tranquilidade pois, se os problemas e dúvidas dos quinze se foram, oba!, os problemas e dúvidas dos trinta e cinco já, já, arrumarão suas malas para partir das nossas vidas, dando lugar aos questionamentos dos 40, muito provavelmente. Crescemos.

Crescemos sim. Uns de forma mais branda, outros de forma mais dolorosa, cada um teve seu processo e, hoje, inaugura outros novos. É bom demais saber que passados quase vinte anos, a gente começa a enxergar que nada é pra ontem, ninguém nesse mundo nasceu sob o manto da perfeição, tudo se torna mais flexível, mais relativo, as preocupações são outras e as nossas escolhas, feitas lá na adolescência ou nos vinte e poucos anos acabam fazendo parte do que somos, do que aprendemos a chamar de vida, fazem parte da nossa identidade, e se essas escolhas foram certas ou erradas, só o balanço dos próximos quinze anos irá nos dizer.

Cá entre nós, confesso que ainda me pego rindo e chorando, chorando e sorrindo, gargalhando até quando revejo minhas caixas arquivadas. Tudo ao mesmo tempo. Ainda bem.

quarta-feira, junho 16, 2010

- Mais um Selinho -



Receber mais um selinho me deixou emocionada! Fiquei um bom tempo afastada, e nesse período, algumas novidades surgiram em relação ao blog. Indicações para prêmios, entrevistas para revistas, e alguns convites irrecusáveis, mas infelizmente não pude aceitar. Agora, de volta ao meu espaço, posso me dedicar ao blog como me dedicava antes. Estou muito feliz, muito animada e claro, precisava registrar isso por aqui também!

Conheci a Taninha em 2004. Participávamos de um espaço onde vários temas eram debatidos e discutidos diariamente. Na primeira oportunidade que tive de conhecê-la pessoalmente, fui, um pouco tímida porque conheceria uma das mulheres mais inteligentes que participavam daquele forum, mas fui. Me sinto honrada por tê-la aqui no blog, e por poder ler o que ela escreve com tanta sabedoria. Fica a dica para quem não teve oportunidade ainda!

Enfim, tentarei cumprir as tarefas do selo.

1) Explique o motivo de ter começado o blog e se esperava tornar-se popular.

Comecei a escrever o blog incentivada por amigas blogueiras [a Bethinha e a Tita] que já escreviam os seus, e eu lia diariamente. Eu estava vivendo um momento de transição gigantesca na minha vida e para relaxar, para espairecer, para desabafar minhas angústias e registrar minhas alegrias, achei que seria interessante colocar o que sentia nesse espaço tão pessoal.

Desde o início, encarei o blog como um espaço meu, onde escrevia para mim, e isso foi se tornando maior com o número de visitantes e a quantidade de mensagens que recebi quando me mantive afastada por motivos pessoais. Não, nunca tive interesse em ser popular na internet, nem esperava receber tantas mensagens de emails dos leitores. Tudo isso só me deixou muito mais feliz, e só me incentivou mais ainda a continuar por aqui. Espero trocar minhas experiências com vocês, e que todos se sintam à vontade para dividir comigo seus sentimentos também.

2) Diga a data exata do início do seu blog.

30 de Novembro de 2006. Quatro anos. O primeiro com textos quase que diários, os seguintes, com uma frequencia menor, mas não menos intensos.

3) Indique 5 seguidores fiéis do seu blog para receber o selo.

Todas os leitores que participam comentando o blog ou escrevendo para meu email já estão participando, então, tentarei não ser repetitiva:

Lilly
Bella
Ana
May
Ninah

Obrigada a todos, mais uma vez !!

terça-feira, junho 15, 2010

Ciclo da Vida...

Alguém sabe me dizer por quê raios, Deus presenteou cada mulher com uma tia problemática que pensa (ainda pensa, coitada!) que o ciclo vital de todas as mulheres resume-se a nascer, crescer até os 30 anos, casar nesse meio tempo, reproduzir, e morrer?

Quando não é uma tia chata é uma ex-empregada da sua avó que não te vê desde os seus tenros seis meses de idade, é uma vizinha chata, e até a sogra do seu irmão se acha no direito de opinar! Ah, sim, porque se for para se meter na vida alheia todos querem dar seu parecer, principalmente quando a vida alheia em questão é a daquela mocinha de 30, 34, 36, que mesmo casada, ainda não decidiu se aumentará a família. Vocês lembram daquele joguinho de tabuleiro azul e pecinhas brancas com uma vermelha, o Resta Um? Pois é, resta uma mocinha casada e sem filhos na família. Coitada.

Quando é que vai engravidar, minha filha? Todos seus amigos já tem filhos. Todos da sua idade já tem filhos. Seus tios casaram mais novos que você e tiveram filhos no primeiro ano de casamento. Esse casamento é de aparência? Será que você pode engravidar ou será que não é fértil? São inúmeras especulações, umas mais leves e outras muito pesadas e maldosas.... Mas para todos que falam sobre a vida da tal mocinha, já passou tempo demais. É tarde demais! Ela já ficou, aos olhos da tal tia chata, pra titia.

Me impressiona que em pleno século vinte e um a família [e a sociedade] ainda exerçam esse tipo de pressão, explícita ou velada, na vida de mulheres bonitas, inteligentes e independentes, que possuem total capacidade de se reinventar a cada dia. Por que não reinventar essa regra ultrapassadíssima de que a mulher tem ter filho assim que se casa e se passar algum tempo, já passou da idade? Isso parece tão óbvio: se acontecer, ótimo! Se não, que aguardem o seu momento. É uma escolha. E se não for, ninguém tem nada a ver com isso, não é mesmo?

Será que a tia ou o substituto para chato-de-plantão não enxerga as zilhões de possibilidades que a vida te oferece, a cada dia, de crescimento profissional, de viagens descompromissadas, de cursos, de romance, enfim, de experiências que você ainda deseja priorizar antes de enveredar pelos gastos responsáveis exigidos quando se tem um filho?

Aliás, será que a tia sabe o que é programar ter um filho? Talvez nem saiba.

Talvez por acomodação lá nos seus idos vinte e poucos anos casou-se com João, que em nela nada despertava, mas a tiraria de casa, onde sofria com o pai autoritário, e tenha feito um, dois, três filhos, para constar...

Talvez por paixão, entregou-se ao José, e com ele, o matrimônio, mas por serem imaturos demais e por terem obrigações demais com a casa e os cinco filhos, não notaram que a chama foi se apagando e foram condenados a dormir um ao lado do outro pelos quarenta anos seguintes, sem diálogo, sem companheirismo, sem carinho. Divórcio? Jamais!

Se a tia-chata soubesse o que um casamento significa na vida de uma mulher que sabe o valor que tem e que não pede pouco da vida, iria se calar todas as vezes em que a sua frustração pessoal ou o simples prazer de monitorar a vida alheia lhe instigassem a dizer que você está chegou aos trinta sem filhos e que isso, de alguma forma, te deprecia.

Ficou com pena da tia-chata? Eu também. [mas quem tem pena é galinha...]

segunda-feira, junho 14, 2010

Mais uma vez...

Eu sei escrever sobre aquele aperto no peito... Sei escrever sobre ansiedade, sobre vontade e sobre aquele desejo quase incontrolável de adiantar os ponteiros do relógio e fazer com que passem mais rápido. Sei escrever sobre os olhos marejados e sobre a boca seca. Sei escrever sobre mãos suando e sobre os olhos que ardem procurando no horizonte o que não se sabe se virá, mas há espera. Sei escrever sobre sentimentos bons e sobre angústias ruins. Sei escrever sobre voz baixa, sobre dedos nervosos, sobre dor na barriga, sobre taquicardia, sobre o silêncio, sobre ir e vir, sobre segundos lentos, sobre minutos rápidos, sobre querer e não poder, sobre ansiar e esperar. Sei escrever sobre os segundos mais lentos, sobre os mais esperados e, enlouquecidamente, sobre os mais distantes. Sei escrever sobre o que se quer e parece que nunca chega, sobre o que não se espera, sobre o que não avisa, e sobre o que não dá esperanças. Sei escrever. Sei falar.... mas, definitivamente, não quero sentir o que estou sentindo.

domingo, junho 13, 2010

Transparência...

Tenho pensado demais na verdade. A verdade do sentimento, a verdade da alma, a verdade da felicidade, a verdade do momento. A verdade sobre coisas simples que fazem toda a diferença no momento em que se escolhe viver de verdade ou se deixar levar pelo medo. Medo da verdade que está diante dos nossos olhos e ao alcance das nossas mãos. Medo de não ser verdade o que queríamos que não fosse sonho.

E, enquanto dormimos, não conseguimos perceber que o tempo é valioso, e os segundos que passam, deixam passar também a verdade e a mentira. Não sendo nada além de tempo perdido, vida perdida, amores perdidos. A verdade, no final das contas, estará perdida em alguma esquina do caminho que foi percorrido de olhos fechados, sem vermos a beleza das flores na primavera e sem percebermos o quanto o outono pode ser maravilhoso em seus tons de laranja. Ela está ali... Perdida embaixo de alguma folha. Perdida. Só não mais perdida do que aquele que não conseguiu encontrá-la, vivê-la e senti-la.

sábado, junho 12, 2010

Cuidado?

Como tem gente que adora aparecer e gritar para os quatro cantos do mundo o que faz ou deixa de fazer, quem ama ou deixa de amar, e compete para ver quem ganhará a disputa da cerimônia de casamento mais inusitada, da declaração de amor embaixo do mar, ou do outdoor nas ruas mais movimentadas. Puro exibicionismo? Marcação de território?

Aí fica a pergunta............ Pra quê loucuras pirotécnicas de amor?

... o bom do amor, é fazer segredo...

sexta-feira, junho 11, 2010

Cadeia Neles...

A primeira vez que tive contato com a expressão "sequestro emocional" foi há um tempo, assistindo uma entrevista na televisão paga. Lembro-me que, na época, o assunto me despertou muita curiosidade e me pus a perceber situações onde o tema personificava-se.

... Pessoas que, utilizando-se alguns mecanismos de manipulação, estão sempre por perto detonando a vida de alguém, que não consegue se liberar da criatura em questão. Num primeiro momento, pensei tratar-se da tal chantagem emocional, técnica horrorosa que certas pessoas usam para atingirem seus objetivos através do constrangimento e do plantio de algo não menos horroroso - a culpa. Parece que todos temos dias de carentes profissionais e maiores abandonados, o que não é crime algum. É só chatice passageira. Mas aqui, o crime é outro.

Sequestrador emocional dos bons é aquele que se diz seu amigo [alguns fazem questão de martelar isso zilhões de vezes para quem quiser ouvir] mas que vive arrumando um jeitinho persuasivo de plantar uma dúvida infeliz na sua cabeça, e vive te relembrando uma derrota que você mesmo já se esqueceu. Ele é agressivo e até meio grosseiro nas palavras, meio estraga-prazeres, mas sempre afirma "ser muito sincero". É aquele tipo que se esquece de você quando tudo está muito bem, mas não perde a oportunidade de se dizer seu "conselheiro" quando tudo vai mal, sempre com aquelas teorias de divã prontas, que se encaixam ou não com o momento. Com seus conselhos e tanta disponibilidade, ele faz você pensar que é necessário, que se preocupa contigo, que é parceiro, mas lá no fundinho tem um quê de invejoso [e de destrutivo]. Parece que se alimenta e cresce mais ainda com a derrota alheia, talvez porque ele próprio e tudo na sua vida sejam isso: uma derrota. Quando você se esquece da existência do infeliz, toca o telefone e é ele, querendo, mais uma vez, detonar sua paz.

Você enxerga e sabe que a postura desse seu amigo te incomoda. Enxerga e sabe mesmo que nem seu amigo o coitado é de verdade. Mas você engole todos os sapos e engorda [sim, os sapos também engordam]. E sabe-se-lá o por quê, não consegue dar o fora no sujeito, de tão seqüestrado que está. Acaba optando por tolerar esta presença seca-pimenteira-disfarçada-versão-2010 no seu dia-a-dia.

Vergonha? Pena? Política da boa vizinhança? Falta de jeito para falar umas verdades? Talvez. E a culpa não é sua de não conseguir se desvencilhar desse tipo de gente. Eles não abrem brechas, não dão folga, não dão chance ao descarte - estão sempre muito atentos. Mesmo assim, o que me deixa mais leve, é que eles não são para sempre. Uma vez descoberto o porquê de mantermos pessoas assim na nossa rotina, mais fácil o afastamento.

Vale meditar sobre o dia em que este incômodo causado pelo sequestrador for maior que a sua boa vontade em permitir que ele ainda participe de sua vida. Neste dia, lembre-se de se livrar deste encosto, do seu jeito: seja dando um fora, seja desaparecendo, seja não atendendo mais suas ligações, seja na sutileza, seja falando, seja escrevendo, seja sumindo do mapa em que ele está. Vale tudo, contanto que o desabafo saia da garganta. Sejam gestos, sejam palavras, não interessa. Interessa que o maneira escolhida seja eficaz para demonstrar sua insatisfação e para infomar a ordem de despejo a estes seres pequenos que rastejam ao redor do seu jardim. Fora. Cadeia neles.

Para todos os seqüestradores emocionais a cadeia é liberdade: a cadeia é todo o mundo lá fora. O mundo fora de nossas vidas.

quinta-feira, junho 10, 2010

Servidos?

Final da semana chegando, comemorações, datas especiais [e comerciais], o friozinho pedindo colo com chocolate quente, mas nada disso importa se não estivermos felizes. Permitam-se a felicidade! Deixem que ela entre quando baterem na sua porta !! Vamos falar de relacionamentos?

Para mim, relacionamentos estão para o coração assim como refeições para o estômago.

Posso falar aqui de casamentos nouvelle cuisine, namoros fusion, uniões rabada (ou seria roubada?), encontros strogonoff e tantos outros. E não só o campo dos amantes remete à gastronomia. Temos amizades que também se identificam com pratos saborosos ou pratos indigestos, de acordo com o prazer proporcionado pela companhia alheia.

Se queremos amores românticos e perfumados à luz de velas, queremos, portanto, culinária francesa: tudo preparado com cuidado, dispensando atenção para os mínimos detalhes, impressionando o maior número de sentidos: tato, olfato, visão, paladar. Sabor, apresentação e textura impecáveis. Glamour.

Alguns querem amores modernos, com um mix de romantismo, daqueles que tem um larga do meu pé de vez em quando. Nos restaurantes da cidade também encontramos opções assim: ingredientes pinçados de um sem número de culturas e mesclados num mesmo caldeirão. Dá-lhe mexer... Um mexidão cultural. Um amor mexidão. Mexe daqui, mexe dali, até ficar azeitado, com todos os ingredientes funcionando em sintonia satisfatória.

Não poderia deixar de lembrar, é claro, dos itens neutros na cozinha e na cama. Pratos e amores nudes, beges: simplinhos, satisfazem, mas estão longe de causar algum tipo de frisson dentro da gente. Não causam aquelas borboletas na barriga que fazem toda a diferença. Seria, talvez, como o miojo, o strogonoff de frango, o feijãozinho sobre o arroz soltinho. Não são uma delícia? Claro que sim. Mas também pode ser que um dos comensais queira experimentar algo mais diferente, picante, fora do habitual ou mais elaborado de quando em vez, deixando o miojinho abandonado. Coisas da vida. Vida que nos oferece opções para todos os gostos e paladares.

Ah o paladar... Quando este sentido tão caro nos foge, a situação fica capenga. Para o estômago, para o coração, para a paciência. Você pede pato ao molho de frutas silvestres, não lasanha. Ainda assim, lá está você: saboreando uma lasanha básica na falta do seu canard aux fruits. Fome? Ansiedade? Desespero? Será que seu coração - e o seu estômago - não poderiam esperar o prato certo? Resposta: nem sempre.

Nossos órgãos às vezes nos pregam peças, induzindo-nos a experimentar pratos, pessoas e sensações que não estavam no roteiro - e só nos damos conta quando sentimos aquele mal-estar típico que segue a orgia alimentar. Sal de frutas? Sim, uma dose por favor, mas só por hoje.

Amanhã o remédio será outro e o nome dele: sabedoria.

quarta-feira, junho 02, 2010

Listando...

Desde sempre, me dou muito bem com todo tipo de listas. Aliás, melhor eu me apresentar: prazer, sou a menina das listas completas. Faço lista para tudo o que se pode imaginar - embora algumas delas precisem ser refeitas, já que não cumpridas. E as refaço com o mesmo prazer, dedicação e tesão no planejamento, como se fosse a primeiríssima vez.


Minhas listas variam do supermercado às listas de pendências - a famosa lista "a fazer" (a menos cumprida de todas). Já adiei consertar as hastes dos meus óculos negros. Já adiei arrumar meu armário, e sigo enfiando tudo o que me dá na telha no buraco negro da Labelle (como ele anda conhecido). Meu marido [que me dá uma força na tarefa] já encontrou de tudo lá dentro (!?). Já adiei ingressar na academia. Já adiei comprar aviamentos para uns tecidos que comprei na última viagem... e vou adiando enquanto me der vontade. Enquanto não me der vontade, aliás (de fazer o que está na lista).

Os óculos, substitui por um par mais antigo. Na academia, já ingressei, falta apenas frequentar (item que colocarei noutra lista). Os tecidos estão criando raiz no meu armazém (outro apelido do meu amado armário), já que estão lá sem costura há aproximadamente um ano. São para roupas de verão (de 2011 agora, paciência). Quem mandou adiar? Ninguém mandou, oras. eu quem quis. Deixa na lista.

Tenho fases como a Lua. Fase de deixar tudo admiravelmente brilhando - quase em tempo integral. Fases de ser organizada demais - quase a vida inteira. Fase de querer os lençóis impecavelmente esticados e cheirosos - sempre quando os troco. E fases de deixar o meu mundo de pernas para o ar. Principalmente quando estou sozinha. Roupas pela casa. Sapatos ídem. Televisão ligada na sala enquanto estou no escritório. Todas as luzes acesas. Revistas espalhadas. Cama por fazer. Mini-caos gostoso onde só eu me entendo.

É como se alguma providência divina e superior fosse surgir no meio das minhas roupas espalhadas... É um cenário que detesto vislumbrar, mas que me encara dali, enquanto eu o encaro daqui. Como se alguma coisa maravilhosa fosse acontecer após a bagunça. Descobri que creio neste mito - depois da tempestade virá a bonança. Descobri também, que me dedico com afinco a tumultuar meu barraquinho, desde que minha desordem não cause intolerância a ninguém [leiam: maridôncio]. Não sei qual a razão, mas sinto uma certa paz quando estou no olho do furacão da minha antagonista - a desorganização. Talvez porque tenha certeza que, diante dela, o meu melhor acordará. Talvez porque tenha certeza que, diante de tanta bagunça, me mexerei para reverter o quadro logo. Talvez porque tenha certeza que este meu emaranhado também é meu próprio limite. Vou ao meu limite para beber da minha força. Vou ao limite da minha desordem para, enfim, voltar à calmaria. E não poderia voltar em melhor estilo. Ah, sempre elas. As minhas listas...

Desculpem, amigos, mas se tivermos algum compromisso nos próximos dias, é provável que eu fure [e alguns, adoram me chamar de furona]. Minhas listas estão cheias. E me delicio em pensar que, desta vez, vai.

terça-feira, junho 01, 2010

A tal da ansiedade...

Hoje tive uma experiência muito válida de confrontação de mim, comigo mesma. Através de um daqueles questionários que insistem em nos enviar por email, uma característica que me é muito marcante saltou aos meus olhos [novamente] e veio dizer algo que até pouco tempo atrás, era novidade: um dos meus maiores males atende pelo nome de ansiedade! Um de meus maiores males? Tá, tá ok, confesso. Não é mal meu, não é único, nem é exclusivo, ou personalíssimo, nem adquirido por cem moedas através de escritura de compra e venda passada em cartório. Tá, tá ok, confesso de novo: é mal meu e de mais da metade da humanidade (sim, porque quem não é ansioso ou é zen demais ou já morreu).

Verdade é que a ansiedade aflige a todos nós que temos um amor, um trabalho, um desejo. Todos nós que temos uma viagem programada, um prazo a cumprir, expectativas a suprir, um casamento recente, uma vida pela frente. Roemos todas as unhas, balançamos as pernas insistentemente, cutucamos as orelhas, coçamos a cabeça. De novo, e de novo. É ela. A tal da ansiedade que não nos deixa relaxar, mastigar, respirar, entender.

Entender e absorver que não adiantará falar aceleradamente, que não, isso não cumprirá o tal prazo. Que roer todas as unhas do seu corpo não trará o homem amado de volta. Que simplesmente "passar os olhos" em tudo o que passa pelas suas mãos, [porque você já está com a cabeça ocupada com a outra tarefa que terá que implementar em seguida] pode significar uma segunda leitura, desta vez mais acurada e mais demorada, ou seja, trabalho dobrado - o famoso 're-trabalho'.

Lemos tanto sobre terapias relax transcendentais. Acendemos incensos pela casa inteira. Escutamos músicas beeeem tranquilas. Verbalizamos o quanto não é interessante se estressar, se aborrecer, se consumir, não ver a vida passar com tranquilidade. Mas verbos à parte, nossa postura ansiosa esganada do dia-a-dia nos trai. Trai nosso próprio discurso [sempre]. Talvez a técnica do "respirar fundo e contar até vinte" antes de surtar, seja eficaz para uns. Talvez a técnica de contar os leões (um leão por vez, ou elefante, ou o bicho que você tenha predileção para "matar" por dia) também funcione.

Temos a auto-crítica, temos as leituras zen, temos os incensos, as músicass, as técnicas, os conselhos. O que será que nos falta para adotar um postura menos ansiosa, imediatista e afobada no nosso dia-a-dia? Inteligência? Não, não acredito. Acredito que achamos 'um quê' de graça nessa nossa busca pelo auto-conhecimento. Afinal, depois disso, virá o quê?

terça-feira, maio 25, 2010


Paixonite aguda................................

[e está ficando divertido]