Hoje tive uma experiência muito válida de confrontação de mim, comigo mesma. Através de um daqueles questionários que insistem em nos enviar por email, uma característica que me é muito marcante saltou aos meus olhos [novamente] e veio dizer algo que até pouco tempo atrás, era novidade: um dos meus maiores males atende pelo nome de ansiedade! Um de meus maiores males? Tá, tá ok, confesso. Não é mal meu, não é único, nem é exclusivo, ou personalíssimo, nem adquirido por cem moedas através de escritura de compra e venda passada em cartório. Tá, tá ok, confesso de novo: é mal meu e de mais da metade da humanidade (sim, porque quem não é ansioso ou é zen demais ou já morreu).
Verdade é que a ansiedade aflige a todos nós que temos um amor, um trabalho, um desejo. Todos nós que temos uma viagem programada, um prazo a cumprir, expectativas a suprir, um casamento recente, uma vida pela frente. Roemos todas as unhas, balançamos as pernas insistentemente, cutucamos as orelhas, coçamos a cabeça. De novo, e de novo. É ela. A tal da ansiedade que não nos deixa relaxar, mastigar, respirar, entender.
Entender e absorver que não adiantará falar aceleradamente, que não, isso não cumprirá o tal prazo. Que roer todas as unhas do seu corpo não trará o homem amado de volta. Que simplesmente "passar os olhos" em tudo o que passa pelas suas mãos, [porque você já está com a cabeça ocupada com a outra tarefa que terá que implementar em seguida] pode significar uma segunda leitura, desta vez mais acurada e mais demorada, ou seja, trabalho dobrado - o famoso 're-trabalho'.
Lemos tanto sobre terapias relax transcendentais. Acendemos incensos pela casa inteira. Escutamos músicas beeeem tranquilas. Verbalizamos o quanto não é interessante se estressar, se aborrecer, se consumir, não ver a vida passar com tranquilidade. Mas verbos à parte, nossa postura ansiosa esganada do dia-a-dia nos trai. Trai nosso próprio discurso [sempre]. Talvez a técnica do "respirar fundo e contar até vinte" antes de surtar, seja eficaz para uns. Talvez a técnica de contar os leões (um leão por vez, ou elefante, ou o bicho que você tenha predileção para "matar" por dia) também funcione.
Temos a auto-crítica, temos as leituras zen, temos os incensos, as músicass, as técnicas, os conselhos. O que será que nos falta para adotar um postura menos ansiosa, imediatista e afobada no nosso dia-a-dia? Inteligência? Não, não acredito. Acredito que achamos 'um quê' de graça nessa nossa busca pelo auto-conhecimento. Afinal, depois disso, virá o quê?
Um comentário:
A tal da ansiedade, essa coisa silenciosa dentro do peito. Acredito que não exista uma só criatura nesse planeta que já não tenha experimentado essa sensação. A verdade é que não estamos livres dela, e acho que nunca estaremos. A questão é saber como controlar esse sentimento, e principalmente deixar que ele nos façam cometer erros e deslises. Muitas brigas e problemas começam apenas por pura ansiedade. Não vejo cura e em incensos, leituras e coisas do gênero. Ainda acredito que a melhor opção é a de saber controlá-la, e quem sabe conversar, com amigos, ou com quem quer que seja. Nada melhor do que uma conversa esclarecedora: "Cara, estou ansioso". Quem sabe isso possa evitar coisas ruins para nós e para os outros.
Beijão.
Lobo.
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