sexta-feira, dezembro 14, 2007

Invasão...

Quem me conhece sabe que sou da madrugada. Adoro trabalhar de noite, escrever de noite, e curtir a noite. Só que hoje, depois de tantos dias na correria, cheguei da academia e depois do banho, apaguei. Dormi com a tv ligada, e com uma luz baixa no corredor que liga a sala ao banheiro. Atípico, totalmente atípico.

Acho que dormi por volta das 21h, exausta, compreensível, mas acordei com um barulho na rua. Até aí nada. Levantei meio grogue, fui ao banheiro, lavei meu rosto, voltei ao quarto e acendi a luz. Só então, liguei o computador e decidi me conectar à internet. Isso já eram mais ou menos uma e pouco da manhã.

Outro barulho. Minutos depois. Curiosa, toda vida, lá fui eu na janela [coisa que deveria ter feito quando ouvi o primeiro, ou nem deveria ter feito nesse segundo].

Dei de cara com quatro caras escalando meu prédio, e chegando até a minha janela... Como assim?????? Um, que estava de guarda-chuva [pasmem] e que não tinha a menor pinta de ladrão, gritou pros outros:

"- Vaza, vaza, tem gente na janela!..."

E eu, boba que só, abri a janela, e vi o por quê dos fios se mexendo entre o poste e a janela do andar de baixo. Ladrões escalando o prédio, embaixo de uma chuva absurda, incapazes de cairem e quebrarem uma perna - se fosse eu, já teria caído a tempos.

Na hora, que a bobalhona apareceu na janela e eles me encararam, percebi que tinha algo BEM errado e peguei meu celular, o telefone sem fio, corri pelo escuro da sala e fugi de casa com a intenção de que se eles entrassem, eu estaria do lado de fora e os trancaria lá dentro... Tadinha... Sem noção!

Liguei para a polícia, infelizmente não tinha o telefone do capitão Nascimento para me salvar, mas registraram a ocorrência e disseram que me mandariam "alguém" para verificar. Mandaram. Uns quinze minutos depois, que pareceram uma eternidade, e que foram o suficiente para eu desabar de chorar, ligar pro meu marido [do outro telefone] e ficar completamente refém da situação.

Os policiais chegaram, uma patrulhinha de cada vez, e percebi que todos se surpreenderam. Ninguém na rua, os porteiros dos prédios vizinhos escondidos e incapazes de relatarem o que viram, e eu, ali, sozinha, chorando, com o nariz vermelho, dois telefones na mão, chave, e dez reais.

Dez reais. Onde eu iria com dez reais, se no mês de dezembro o taxímetro é bandeira 2 e para eu fugir de taxi teria que sair pela portaria do prédio?

Enfim....

Fiquei eu, os oito policiais que apareceram com seus fuzis, armas em punho, e escalaram os telhados [o meu, os dos lados e os de trás]. Nada. Claro que não teria nada. Talvez se eu não tivesse aparecido na janela e dado de cara com as criaturas eles estivessem esperando sentados as visitas que eu recebi nessa madrugada.

Mesmo assim, foi um horror. Duas horas com oito policiais, embaixo de muita chuva, vasculhando os telhados, e mandando eu "me abrigar" para não me machucar no caso de algum confronto. Aff...

Marido quase morreu a mais de 300km de casa, via telemar. Ligou trocentas vezes para saber todos os passos do que estava acontecendo e eu ali... Com cara de bunda, refém na minha própria casa, exposta a um perigo que jamais pensei que passaria assim, sozinha.

Dos males o menor. Os policiais foram super parceiros. Atenciosos, protetores, bem diferente dos que a gente sabe que existe por aí.

Ainda tive que escutar de um deles: " - Cadê sua família? Você fica aqui sozinha? Não tem pais? Com a sua idade, seria mais adequado que morasse com um responsável, alguém mais velho..."

Mereço? Ele "achou" que eu tinha menos de 18 anos... FALA SÉRIOOOOO !!!

Traumas à parte, estou mais calma. Com o nariz menos vermelho, os telefones ao meu lado, e com todas as luzes da casa acesas.

Susto. Só um susto, graças ao meu anjinho da guarda!

8 comentários:

Maiara Sanchez disse...

Mas, menina que babado forte tô bege!!!!!!!!! Cristo!!!
Que situação.
Ainda bem que no final das contas você está bem e acordou na hora certa.
Se cuida.
Um beijo, tô torcendo por você daqui.
Fica com Deus.

Anônimo disse...

Menina, que sufoco!

Quando morei em Brasília tinha um cara (que logo ficou conhecido como homem-aranha), que subiu num prédio e entrou pela janela a inda pisou na cama da minha amiga, pode? Era ladrão de gali ha e foi rendidi ali mesmo, pelo pai dela. Mas mesmo assim, que susto!

É cada um!

Sabe que estou ensinado ao filhote a ligar pra 911? Não fou moleza aqui tb não...

beijos e fique bem, tá?

Isabella @ http://temquemgoste.wordpress.com

Andrea Drewanz disse...

Que horror... esta é a nossa cidade maravilhosa!
Infelizmente, estamos cada vez mais reféns do medo, da violência e da insegurança.
Tomara que um dia tudo isso não passe de um pesadelo.
Bjs, querida.

Beth Blue disse...

nossa, que susto grande hein!!! ainda bem que no final tudo acabou bem. mas que uma situação dessas deve ser um stress danado, isso deve.

beijos transatlânticos...

Belezinha disse...

Nooossa... que absurdo! Ainda bem que você viu a tempo, poderia ter acontecido coisa bem pior.

Olha, já fui vítima de não sei quantos assaltos, todos em bairros bons aqui em São Paulo, e ao contrário de algumas pessoas, não estou acostumada com essa violência louca.

Um beijo e espero que essa coisa ruim que está sentindo, passe logo!

Anônimo disse...

Que horror, hein!
Ainda bem que você está legal.
Feliz Natal pra vc!
Agradeço a visita na minha casa. (risos)
Bjo

Sonho Meu disse...

Amiga,
A única coisa positiva desse susto todo, foi a certeza de saber que voce nao aparenta ser "Uma Mulher de Trinta". Isso valeu pelo susto !
bjos e tranque as portas e janelas.
me

disse...

Caramba, tô bege!
Se cuida viu!

Lindona, passei aqui no seu blog para deixar regitrado meus votos de um ano novo cheio de vitórias pra vc!
Te amo!

Beijocas da Ká!