terça-feira, setembro 25, 2007

Mais uma...

... doença do momento. A síndrome de exaustão!

Seu conceito foi descrito pelo medico alemão Herbert Freudenberger como um estado de exaustão, fadiga ou frustração, motivados pela consagração à alguma causa, a uma relação que não correspondeu às expectativas, ou a um modo de vida sem maiores adaptações.

Para mim, exausta e esgotada, a sindrome se resume de uma forma muito simples: fazemos tudo-ao-mesmo-tempo-agora, e isso acaba com a saúde física e emocional da gente. E quando não fazemos todas essas coisas nos sentimos culpados, prostrados, e completamente inúteis.

Acontece que, como a televisão, antigamente a vida dos meus avós tinha apenas um ou dois canais, hoje em dia, são mais de cem, quinhentos, mil. Queremos fazer milhares de coisas ao mesmo tempo como aquele joguinho das nossas infâncias, Pack Man, em que o bonequinho comia desesperadamente tudo o que via pela frente.

A verdade é que por procurarmos fazer tudo ao mesmo tempo, automaticamente as coisas tem que ser muito, muito rápidas.

A tv a cabo trouxe isso, a velocidade e a facilidade com que todos se comunicam atualmente, a internet, o skype, o msn, o Ipod, e o sei lá mais o quê também. Só que uma hora cansa tanta tecnologia. Cansa e você repara que todo mundo enlouqueceu e correm de um lado para o outro como se tudo fosse acabar em fração de segundos. Quando essas pessoas te olham e te vêem parada ali no seu canto, acham que você é uma alienada ou que está de papo pro ar. Pois é…

Outro dia eu falei para um amigo meu que ficaria sábado em casa me curtindo, curtindo o apartamento novo e lendo umas revistas antigas para selecionar o que ficaria e o que iria para o lixo. Ele me disse com um ar de quem nem me conhecia: “Hummm… Não quer nada com nada…”. Como assim? Perdi o direito de praticar o nada, de ficar sozinha e em silêncio em pleno sábado? Fala sério!

Trabalho desgovernadamente. Minha agenda é lotada de compromissos durante a semana e mais ainda no final de semana. Não consigo dar conta dos amigos reais, mas mesmo assim, arrumo uma penca de amigos virtuais que eu adoro. Tenho certeza de que eu e várias outras pessoas estão na mesma situação.

Meu medico me disse para parar. Parar para entender os motivos que me deixaram estressada e inchada. Aí eu não entendo por quê engordo, por quê fico doente, por quê minhas relações com o pessoal do trabalho, ficam cada vez mais superficiais, assim como a minha produtividade e assim como a minha própria vida.

Daí começam as ‘viagens’… Nos matamos de trabalhar para comprar o carro do ano, o Ipod do ano, o celular do ano, a bota, o colar, o vestido e aquela calça perfeita. E depois? Depois ficamos cansadas, cheias de prestações, frustrações, e com um carro que em alguns meses já não vale mais grande coisa.

A pergunta da vez é: por quê nos matamos tanto por nada? Por quê esquecemos que a coisa mais importante da vida é a vida? Acho que está na hora da gente parar os motores e pensar em todas as coisas.

Sim, dá para fazer menos. Dá para ser mais calma. Dá para ter menos. Dá para ser feliz.

Decidi galera! Minha vida mudará a partir do mês que vem! Será uma atitude drástica, mas nesse momento, é a mais acertada sem sombra de dúvida.

Precisei levar bronca dos médicos e precisei chegar no limite da exaustão mental e física. Sim, passei pela síndrome e acredito que agora vou começar uma etapa mais leve e mais feliz da minha vida. Sejam bem vindos!

2 comentários:

Anônimo disse...

Isso amiga permita-se amar as pequenas coisas.
São tão belas!
Beijos e se cuida!

La Mamá (Carla).

Andrea Drewanz disse...

La Belle,
Ficou feliz que ainda sobrou um tempinho para vc escrever no blog.
Sei o que vc deve estar passando e como é dolorido tomar decisões.
A vida é tão simples e a gente é que complica, né?
Boa sorte para você.
Bjs