Cheguei em casa fazem quarenta e oito minutos. Exatamente quarenta e oito minutos.
Entrei, acendi as luzes e fui direto colocar água na banheira para dar uma relaxada. Sim! Eu relaxo na banheira e só assim consigo me desligar dos problemas do dia-a-dia.
Fui à cozinha e abri a geladeira mas não encontrei nada que me chamasse a atenção - aliás eu nem sei o por quê - já que sabia tudo que tinha lá dentro. Encontrei um prosecco, uma caixa de morangos, duas taças de gelatina, um pote de queijo cottage ainda fechado e uma jarra com o mate já no fim. Abri a geladeira para nada. É apenas costume, chegar em casa de madrugada e abrir a geladeira.
Eu nunca tive medo do escuro. Hoje eu tenho, mas não lembro exatamente quando começou. Acho que logo depois que saí da casa dos meus pais... Talvez me sinta desprotegida e admito que é puramente psicológico. Durmo com a porta do quarto trancada e com tudo apagado só quando estou com meu luv. Quando estou sozinha, acendo as luzes da quase todos os cômodos da casa e normalmente, durmo com a televisão ligada.
Vim para a máquina com o objetivo de terminar um relatório que preciso apresentar amanhã na reunião semanal de equipe. Um relatório que não consegui terminar antes de sair para jogar conversa fora com meu irmão, e que normalmente termino rápido.
Estou tentando focar, mas não consigo me concentrar sabe-se-lá-o-por-quê... Só sei que preferi vir aqui e escrever nada muito sério mas que eu achei mais interessante. Estou com um olho aqui e outro no relatório, mas no final das contas não consigo me concentrar em nenhum dos dois.
Agora, fazem exatamente cinquenta e sete minutos que cheguei em casa. Meu coração parece mais leve por ter escrito algumas palavras, mas eu sei, e só eu sei, que aqui dentro tem um misto de angústia e saudade que só terminarão amanhã.
Fico na torcida de que a noite passe mais rápido do que normalmente, para poder pegar a estrada e te encontrar.
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