quinta-feira, abril 05, 2007

Justiça... Existe mesmo?

Nunca fui boa em falar sobre tristeza, menos ainda em escrever sobre coisas tristes. Porque sempre acreditei que meu sorriso e minha felicidade poderiam ser maiores que tudo. Mas é aí que dias como esses chegam e você não sabe o que fazer... E nem muito menos o que falar. Principalmente se a pessoa que está sofrendo é quem você ama.

Foi aí que eu encontrei alguém, que já disse o que eu sinto, através de poucas palavras e muito sentimento. Então, eu pensei... Por que não mostrar pra quem quiser ler, que essa mulher de 30 que vos escreve, também pode ser lágrima e um pouco de angústia?

Pela janela consigo ver o céu azul, o sol brilhando lá fora, e as folhas das árvores caindo. Natural, afinal estamos em pleno outono. O dia está lindo e dentro da minha casa sinto frio e tenho um certo medo. Meu coração normalmente estava calmo em dias assim. Só que meus olhos parecem não conseguir mais transmitir beleza alguma para dentro de mim. E de repente, sem aviso prévio, as lágrimas começam a cair.

Existem mágoas difíceis de serem administradas, que invadem nossos corpos de tristeza e amargura, nos fazendo agonizar, ansiando para que acabem logo. Não há controle, não há alivio. Apenas dor, como um câncer que se encontra em metástase iminente. Estas dores se tornam mais presentes a cada dia de forma vigorosa, mostrando de maneira clara que o passado nada mais é que um pedaço vivo do presente.

Olho ao meu redor e vejo alguns amigos necessitando de ajuda. Vou ao encontro deles, mas sem compreender direito quem será ajudado no final das contas. Quando consigo perceber, eu já estou deixando ali um guia teórico para quem quiser pegar. Enquanto isso meu coração apertado grita, pedindo socorro.

Quando estão mais tranqüilos, eu respondo com um sorriso de quem vive feliz, plenamente. Assim se passaram seis anos e nada mudou. Então saio e olho para o céu, tentando buscar uma resposta, uma esperança. Ainda que não saiba o que virá daqui para frente.

Decidi ir para a praia. O mar me acalma e permaneço ali, por horas, me questionando. Procuro aceitar algumas brutalidades e maldades que fazem conosco, como uma lição, um aprendizado. Não entendo os motivos, e nem quero entender. Porém, como em todos os ciclos, ele se repete. E nesse momento, o que eu mais queria era entrar em processo de isolamento. Não sei sorrir quando estou triste. Não sei disfarçar que está tudo bem. Não consigo lidar numa boa com injustiças. Não há resguardo, nem amparo nesse momento, sou eu sozinha, sou eu com ele, e apenas nós dois nos segurando para não cairmos.

Agora, eu preciso de paz. Paz de espírito. Preciso de um alívio, uma folga disso tudo. Tem me consumido e me sufoca. O silêncio dita minhas noites, quando vou dormir sozinha. Penso apenas no meu desespero em não conseguir solução para esse problema que se estende há seis longos anos. Preciso de uma noite em que eu possa fechar meus olhos e não sentir o peso do mundo nas minhas costas. Nem nas minhas e nem nas dele.

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