quarta-feira, dezembro 20, 2006

$$$ ou falta de...

Quanto mais se ganha mais se gasta. Isso para mim é fato e comprovado por mim mesma e por várias pessoas que conheço.

No último mês de 2005 e nos primeiros dois meses de 2006 eu estava trabalhando como consultora em uma empresa que me pagava por hora trabalhada... Isso me rendia uma grana mensal, que eu demorava em torno de uns seis meses para receber no meu trabalho anterior... Claro que fiquei mal acostumada.

Maridôncio contribuía para engordar o cofrinho e ao mesmo tempo isso nos motivava a mobiliar a nossa casa, além de planejar uma melhoria para um futuro próximo.

Como o cofrinho enchia a cada dia, eu simplesmente abstraí a idéia e o hábito de poupar meu pobre dinheirinho e comecei a gastar e consumir mais do que eu consumia... Sinceramente não sei bem porque agi assim, mas nem importa.

O que importa é que hoje, a 11 dias de 2007, bolsista, longe da consultoria, com um pé dentro e outro fora do meu trabalho ( por pura vontade minha), estou tensa, com meu cofrinho magro, o cartão de crédito gordo, e muitas coisas para pagar.. IPVA, IPTU, Pós-graduação, contas e mais contas mensais e básicas, além do cartão de crédito e a taxa extra do condomínio, fora as pensões, faculdades das enteadas, planos de saúde, advogada, custas de processo, etc, etc, etc!!! Tudo ao mesmo tempo agora, e isso abala um pouco meu planejamento - que no último ano, foi a zero.

Colocando na ponta do lápis, é óbvio que fomos irresponsáveis nos últimos dois meses e esquecemos que ainda não podemos usufruir tudo que ganhamos pelo nosso trabalho porque 60% vai para outra família. Isso acabará logo, sabemos, e estamos cientes de que muitas coisas mudarão. Só não podemos afirmar quando e nem nos programarmos para um determinado dia.

Enquanto isso não acontece, nos mantemos unidos, sonhando com a nossa família, e desejando que as meninas acordem e amadureçam um pouco para reconhecer o valor que o pai delas tem, e tudo o que ele se esforça para mantê-las ( já que mantém as duas e a ex integralmente) e se manter com o que sobra, numa cidade onde o custo de vida é 3x maior do que na cidade onde elas moram...

Tenho fé de que isso acontecerá um dia! Estou ao lado dele e quero muito vê-lo feliz e com as filhas por perto! O que não dá é ficar ouvindo quase que o dia todo a pressão para termos o nosso bebê... Vontade não me falta, mas não posso ser irresponsável e inconsequente. Não quero que ele se sinta pressionado por isso também e nem comento os meus motivos de adiar a gravidez para sabe-se lá quando.

Hoje estava lendo a respeito do bônus MENSAL que as alemãs estão recebendo ao parir um filho a partir do dia 1º de janeiro de 2007. Algumas tentam adiar o quanto podem para que seus bebês não nasçam no último dia de 2006, ou não receberão a bolada... A taxa de natalidade no país é muito fraca, e para estimular o nascimento de crianças na Alemanha, o governo está pagando uma bonificação equivalente a 25 mil euros. Eu, adiando essa vontade que já não consigo conter, contando minhas moedinhas para programar uma gravidez, só consigo enxergá-la para daqui a 1 ano pelo menos, e lá, o pessoal recebe para colocar no mundo um filhote - pelo menos UM.

Aqui, em várias "comunidades", não precisamos ir muito longe e encontramos mulheres com menos de 20 anos, com mais de cinco filhos, um de cada pai, desempregadas, sem um mínimo de estrutura e responsabilidade. Essas mesmas crianças são encontradas nos sinais de trânsitos jogando bolinhas pro alto, vendendo balas ou assaltando nos engarrafamentos. Nos orfanatos, uma burocracia sem igual para um casal adotar uma criança...

Não posso escrever sobre diferenças sociais, culturais, políticas e futebol porque acabo me aborrecendo com tamanhos absurdos. Enfim.

Estou começando a pensar realmente em trabalhar em casa... Vender maquiagem... Ser consultora de beleza!

Um comentário:

Layne disse...

Gostei muito dessa blogger