domingo, janeiro 21, 2007

Cartas Antigas...

Eu pego papel e caneta pra escrever sobre qualquer coisa que me venha à mente e, como sempre, não tenho saída: você sempre ocupa os espaços vazios, os ocupados e até mesmos os lugares que eu nem sabia que existiam.

Ocupa os poros do papel em branco e enche de brilho os olhos opacos. Entra pela porta, pela janela ou simplesmente pela fechadura, ou por qualquer espaço que permita você chegar, mesmo que de mansinho. Chega fazendo festa no meu peito e dizendo que é pra eu ter calma. Calma? Como eu vou ter calma se é no meu peito, na minha vida e em tudo meu que você está e, o que era pra ser nosso, se torna seu?

Como que eu vou ter calma se a caneta não precisa da minha mão pra escrever a minha história? Como que eu vou ter calma se não é no teu peito que eu durmo à noite? Como? Eu vou largar o papel e a caneta. Vou largar qualquer historia boba ou palavra simples. Vou largar meus vícios, minhas lembranças que não valem a pena. Largarei minhas angústias. Vou largar tudo.

Só não largo você. Nem a historia que eu queria que não tivesse só no papel.

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