quarta-feira, janeiro 03, 2007

Cronica: "Acaboooouuuuu!!!"

Aff... Depois de ler essa crônica, acho que não preciso escrever mais nada a respeito do que eu penso dessas duas criaturas... Leram meus pensamentos...

Por Tutty Vasques:

Se em vez de cidade do norte do estado fosse bairro da mesma região da capital, Campos seria a Tijuca. Um lugar simples, conservador, apegado à família, longe do mar e da badalação, esteticamente apagado, comercialmente decadente, feio e muito querido de sua gente. Conheço Campos menos que a Tijuca, mas tenho certeza de que, se Rosinha e Garotinho tivessem sido criados onde eu fui, seriam até hoje pacatos moradores da Rua Uruguai. Ou não!

Aconteceu comigo de ir muito mais longe do que imaginava, mas não existe – nunca existiu nem existirá – outra história de casalzinho de banco de praça como a que sucedeu no Palácio Guanabara. Uma pena que não tenhamos sido apenas bons vizinhos. Tenho certeza de que eles achariam o mesmo se eu fosse eleito um dia para governá-los. Não é possível um troço desses!

Eu estava falando isso por que mesmo? Ah, sim, porque acabou, amigo carioca, acabou o pesadelo de ser governado pelos Garotinho. Este réveillon não vai ser igual àquele que passou. A virada para 2007 inaugura o fim de uma era em que o Rio de Janeiro perdeu o orgulho de sua afamada identidade política, mas não é hora para lamúrias. Ei, você aí que não consegue encontrar um bom motivo para comemorar o Ano-Novo, ponha a cabeça pra fora da janela e grite com pulmão de Galvão Bueno: "Acabooouuu, acaboooooouuuuuu!!!".

Os Garotinho estão voltando para a Rua Uruguai ou pra República do Chuvisco. Que fiquem em Ipanema se quiserem, mas Palácio Laranjeiras nunca mais.

Nunca mais aquela conversinha mole de tudo a 1 real. Nunca mais exorcismos aos domingos, nunca mais aquelas roupas cafonas, esses nomes ridículos, nunca mais notícias sobre o fluxo menstrual dela ou a greve de fome dele. Nunca mais Álvaro Lins, Chiquinho da Mangueira, Pudim...

Nunca mais historinhas como a do rapaz gordinho de apelido "Bolinha" que, para impressionar a namorada, invadiu a pracinha montado, caiu do cavalo e, machucado no peito, conquistou para sempre o coração de sua amada. Ou aquela outra do desastre de automóvel que transformou o jovem político ateu, de formação marxista, em seguidor de Jesus Cristo. Vocês se lembram da primeira imagem de 2006, a foto da governadora de ponta-cabeça nas corredeiras de Bonito (MS)? Meu Deus, que vergonha!

Acabooouuuuu!!! Nunca mais um governo com nome de locutor esportivo. Nunca mais pousos de barriga, panes em helicópteros. Nunca mais contos da carochinha como o da regressão mental do ex-governador após queda de palanque. Nunca mais!!! Nunca mais tanta coisa esquisita, basta de espírito de quermesse no trato da coisa pública. Nunca fomos tão provincianos! Viramos piada de paulista: sabe a última da Rosinha? Com um telhado de vidro desses, francamente, quem vai atirar pedra no Maluf dos outros? A política perdeu inteiramente a graça para o carioca, mas, insisto, não é hora de chorar o leite derramado. Sorria!!! Você sobreviveu ao maior acidente democrático da história do Rio de Janeiro!

Em nenhum outro lugar deste país sua gente tem tanta motivação para festejar a chegada de 2007. Vamos lá, rapaz, abrace um cabisbaixo na rua e lembre a todos os passantes que acabou, entende? Acaboooouuuuu!!! Se, do Oiapoque ao Chuí, ninguém sabe ao certo o que virá por aí, só nós sabemos como foram esses últimos oito anos de humilhação democrática. O Rio de Gabeira, de Brizola, de Lacerda e de ......... condenou-se pelo voto à gozação nacional, como se já não bastasse o papel diminutivo que Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo vêm fazendo ultimamente no Brasileirão.

O carioca anda levando ao pé da letra a máxima "futebol, política e religião não se discutem". Mesmo "mulher" vira assunto perigoso quando a maior autoridade da paróquia é a dona Rosângela Rosinha Garotinho Barros Assed Matheus de Oliveira, crente de que está abafando na terra de Leila Diniz, terreiro de Danuza Leão.

Estamos mal na fita, mas, pelamordedeus, gente, tá chegando a hora, caramba! Corre lá pra botar mais champanhe no gelo, chame os amigos para a ceia, prepare os fogos com a máxima segurança, nada pode sair errado num momento político tão importante quanto será para o carioca este réveillon. Acabou, pessoal, acabou. Acabooooouuuuu, cacilda!!!

Acabou a era Garotinho. O casal vai voltar para o rádio, para Campos, para a Rua Uruguai, pra... Não importa o destino! Os Garotinho vão sumir do noticiário, das conversas de botequim, vão sumir de sua vida, caro leitor. Não é cedo para soltar fogos coisíssima nenhuma: feliz Ano-Novo! – temos desta vez boas chances de não frustrar um desejo antigo de todo carioca.

** Nem preciso fazer nenhum comentário sobre..... **

Palmas pro Tutty Vasques.

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