quinta-feira, janeiro 04, 2007

Tempestades, imaturidade ou falta do que fazer?

Tem gente que, por mais que a vida esteja tranqüila, sempre procura algum problema para resolver... Alguns sequer surgiriam naturalmente, mas na falta do que fazer, ao invés de criar algo que valha à pena, cria-se um problema ou outro...

A intensidade de sentimentos é imprescindível quando a gente percebe que o momento exato chegou. Ou você faz alguma coisa importante pelo seu crescimento pessoal, ou corre o risco de virar um elefante branco na sua própria vida...

Eu acredito que não podemos nos acomodar... Que temos que experimentar novas comidas, novos horários, novos lugares, novos filmes e até novos amigos, novas pessoas. Mudar não faz mal para ninguém. O que faz mal é a busca incessante por alguma coisa que não existe - ainda não inventaram remédio para curar o que é impossível. Nem relógio para voltar no tempo, se a gente por acaso perder alguma coisa olhando para o lado errado. Esse é o grande problema...

Como são estranhas essas pessoas que se apegam às tempestades internas. Entenda como tempestades aquelas loucuras intensas que a gente não segura, que consomem por dentro e que fazem você ir a pé de um canto ao outro da cidade só para ver alguém. Entenda por aquilo que não te faz dormir de noite, só pela expectativa e pela ansiedade.

A vida da gente seria mais fácil sem essas "tempestades".

O caos interno significa necessidade de mudar... Mudança de qualquer maneira. O problema é esse!! A "mudança de qualquer maneira" poderia ser mais aproveitada, se não fosse o impulso de apenas mudar por mudar.

Tem pessoas que mudam apenas pela necessidade de se sentirem vivos de novo. Seja o corte de cabelo que viram na televisão ou na revista - e que geralmente não dá certo porque o cabelereiro é outro, o seu rosto é diferente daquela pessoa que vc viu com o corte, etc... Seja no amante que parecia mais atraente quando morava em outra casa- e agora, dividindo o mesmo lar, percebe que trocou gato por lebre e não é nada do que havia imaginado... Seja no emprego novo que parecia tão mais interessante- e agora você não consegue produzir nada que valha à pena, até chegar o final do expediente...

É a tempestade que clamou e você prestou ouvidos. Bem feito. Falava isso prá mim com uma certa frequência... Hoje sou mais cautelosa e menos impulsiva.

Outro tipo de "tempestade" muito comum atualmente é a " tempestade em copo d'água"... Até livros de "auto-ajuda" já foram publicados e vendem com um certo sucesso para um determinado tipo de público...

Me impressiona como as pessoas recorrem a todos os tipos de "explicação", reais ou não, para aliviar as suas angústias. Que seja assim, sem que perturbem terceiros com suas lamúrias...

Faço parte de um grupo de mulheres que se conheceram através de uma comunidade do Orkut, e trocam e-mails com uma certa frequência... A grande maioria dessas mulheres se conhece pessoalmente, mas algumas, porque moram longe, ou por falta de tempo e afins, não tiveram a oportunidade de participar de nenhum encontro.

Todas tem entre 30 e 45 anos, algumas solteiras, outras casadas, algumas com filhos e outras sem, algumas donas de casa, outras profissionais gabaritadíssimas, algumas amadureceram com as porradas da vida e outras, me parece que pararam no tempo e agem como se não tivessem passado pela adolescência - Descobrindo coisas e sensações que geralmente descobrimos quando estamos com 12 a 24 anos... Prolongando muito isso aí...

Por quê o meu texto sobre esse assunto?

Porque eu leio determinadas coisas que algumas pessoas escrevem e fico meio boquiaberta... Quanta imaturidade... Quanto despreparo.... Mulheres que se dizem maduras, bem resolvidas, criteriosas, batendo boca por causa de fofoca, intrigas e fuxicos... Fazendo uma tempestade em copo d'água que ninguém consegue aturar...

Leitura desagradável e descabida. Sem o menor sentido...

Não sou de criticar comportamento de pessoas próximas sem estar olhando na cara delas.... Sou assim. Falo olhando nos olhos... Gostam de mim ótimo... Não gostam, só lamento... Sou educada e ponto. Meio sarcástica, admito, mas educada e ponto...

Só tenho mais o que fazer do que ficar lendo abobrinhas e discussões inúteis sobre quem falou o quê, de quem, e para quem, se a pessoa que falou está ou não participando da discussão... Pessoas que criam perfis falsos no Orkut, para ofender outras e criar desafetos... Atitude de quem já passou dos 30? Acho que nem adolescente ( fase em que nos aproximamos de vários tipos de tribos) eu conseguia conviver com gente assim...

Minha caixa de e-mails lota prá nada de bom... Pelamordedeusooo.

Mulheres de mais de 30 que se reunem, bebem horrores, falam e fazem coisas que jamais fariam sóbrias, e se arrependem no dia seguinte quando veêm as fotos das besteiras que rolaram.... Ficam reféns de pessoas que presenciaram e que nem sempre estão com as melhores das intenções.... Quanto despreparo...

Não sou preconceituosa com nada... Não mesmo e quem me conhece sabe disso, mas poxa vida... Eu via isso quando estava na faculdade e tinha 16 anos...

Posso estar escrevendo mais do que devia, mas prá mim, a carência é uma merda. As pessoas se sujeitam e se aproximam de outras apenas para não se sentirem sozinhas. Que tipo de amizade é essa? Prá mim não passa de carência, de não querer ficar sozinha, de querer falar e estar com pessoas que nem ao menos queria de verdade... Jamais uma pessoa assim consegue criar uma amizade com laços mais profundos..

Já me disseram que devemos fugir de pessoas que se fazem de vítimas e querem que sintamos pena delas... São os piores tipos de vampiros emocionais... Parece que estão proliferando por aí...

Vejo isso com uma certa frequência atualmente...

Um comentário:

Ana Luísa disse...

Olá La Belle.

Vi todos os seus comentários no meu blog 'antigo'. De facto, temos muitas coisas em comum e como você diz, que pena não nos termos "encontrado" antes...
De qualquer forma, penso que vão haver sempre coisas em comum, principalmente se você decidir engravidar ;)
Quando o meu bebé nasceu passei a estar em http://soldeoutubro.blogspot.com/...

Quanto a este seu texto, gostei especialmente do último parágrafo...
"... devemos fugir de pessoas que se fazem de vítimas e querem que sintamos pena delas... São os piores tipos de vampiros emocionais..."
Tive algumas 'amigas' assim que me cansavam... Quando fiquei longe delas minha vida parecia bem mais calma...

Beijinhos e até breve.