
Eu sempre planejei muito a minha vida, e o que eu queria para mim daquele momento para a frente. Planejava o que queria na minha carreira e na minha vida sentimental, porque eu achava que o universo conspirava a meu favor e sempre conseguia realizar meus planos e sonhos. Por mais difíceis que fossem...
Alguns não conseguiam acreditar, mas eu nunca dei importância. Queria era me sentir realizada.
Um belo dia acordei e descobri que estava quase chegando lá. Os 30 anos estavam cada vez mais próximos e vinham sem manual de instrução, para desespero da maioria das usuárias.
Para mim, obviamente, não seria diferente... O que fazer, então?
Caí na real de que tudo estava indo rápido demais e que eu estava me perdendo em muito planejamento e pouca atitude, quando estava com 27/28 anos, prestes a casar...
Parecia uma bomba relógio...
Eu não sabia se casava ou se continuava levando minha vidinha de solteira, namorando com meu luv, sem maiores pretensões de constituir uma família e responsabilidades, por causa do "pacote completo" que vinha com ele - " Pague 1 e leve 4" ( ex-mulher completamente desequilibrada e dois filhos adolescentes)... Isso me assustava, não tenho como negar.
Nunca "planejei" me envolver com um homem que viesse com o "pacote", e menos ainda casar com um exemplar desses, mas infelizmente meu planejamento foi pro espaço, porque bati o olho e soube na mesma hora, que ele era o homem que eu casaria...
Casei com os dois pés atrás, e confesso que nem aproveitei todos os preparativos para a festa... Eram tantas dúvidas e questionamentos na minha cabeça, que eu não conseguia curtir nenhum detalhe de todo aquele "evento"...
Conversava com meus amigos e me diziam que essa "crise dos 28 anos" era até comum... Que tinha algo relacionado com os anéis de saturno, mas sinceramente, nem desenvolvo esse assunto porque não entendo nada a respeito... Eu preferia acreditar que estava passando por uma fase de transição e por isso tantas mudanças de uma hora para outra.
Tudo acontecia ao mesmo tempo e agora... Deu medo...
Mesmo assim, diante das ameaças da "minha ex" ( denomino essa criatura assim porque além de não me deixar em paz, não consegue me esquecer e viver a vida dela... Parece que eu que destruí o relacionamento dela e isso jamais aconteceu.. Cruzes...), diante de todas as expectativas da nova proposta de emprego que eu recebi, para começar imediatamente após o casamento, diante da mudança de vida, e da falta daquela estrutura toda que eu tinha na casa dos meus pais, resolvi que era sim a hora de mudar e seguir em frente.
Foi o momento que eu precisei assumir as rédeas do meu destino e assumir a responsabilidade de ser feliz, de uma forma ou de outra com o que eu escolhesse. O início foi MUITO complicado ( outro dia eu conto).
A faxina para a minha nova fase de vida começava... Abri a lixeira e joguei fora tudo aquilo que não prestava mais e que não poderia me acompanhar na nova fase que eu estava entrando. As histórias de amores mal resolvidos e que insistiam em rondar para saber se a carne era fraca ou não; os arrependimentos pelas coisas que fiz e infelizmente não poderia voltar atrás para consertar; os relacionamentos sociais com gente que não tinha nada a ver comigo; as roupas que não favoreciam o meu tipo físico, etc...
Amigas minhas me disseram que passaram por essa "análise" aos 30 anos... Eu passei aos 27/28 anos, talvez porque o passo de casar, para mim, estava sendo maior do que as minhas pernas poderiam dar naquele momento..
Quando chega esse momento da "análise", você tem de perceber que:
1) Relacionamentos amorosos têm a função de completar (somar, multiplicar, dividir), portanto, jamais podem ser insípidos, mornos, sem graça. Além do mais importante: não tem a menor graça sentir-se sozinho ao lado de alguém - A pior solidão é a solidão a dois;
2) Somente valem a pena os arrependimentos relativos às coisas que você deixou de fazer, porque, agora, com 30 anos, mais experiente, mais segura, mais "centrada" e poderosa como nunca, você vai conseguir fazê-las (se ainda te interessarem);
3) Todos os momentos da tua vida são preciosos e, portanto, devem ser vividos como verdadeiras celebrações. Quer coisa mais chata do que conviver com pessoas que não te acrescentam nada?;
4) Para ser bonita, você tem de valorizar o seu corpo e não o corpo que o mundo fashion e os modismos determinam.
Todas essas coisas lhe causam dúvidas?
Você ainda acha que é melhor estar mal acompanhado do que sozinho? Ainda pensa que tem de agradar quem não lhe agrada?
Permita que outras pessoas conheçam o seu jeito de pensar ( mulheres de 30 estão sempre dispostas a incorporar, no seu dia dia, novas filosofias de vida). Não se feche, achando que é a única em crise...
Talvez, assim, você venha a sentir um pouco da leveza, que tem sido a nota principal da minha vida, nos últimos anos e meses. Seja bem vindo, sempre.
Muito prazer,
La Belle®
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