quarta-feira, janeiro 10, 2007

Tem alguma regra?

Essa noite, conversando com um amigo muito especial, daqueles que não se encontra por acaso, decidi que escreveria sobre o amor.... Na realidade, não sobre o amor de parentes, ou de amigos... O amor de um casal...

Como todo produto em excassez no mercado, o amor custa caro... Só quem já viveu um, sabe o preço que pode ser pago ou investido... Um amor de verdade a gente não encontra nas prateleiras, como um vidro de maionese, embora muitos insistam nesta busca inútil.

O amor a gente encontra naquelas vitrines chiques, bem arrumadas, sobre um pedestal dourado, cercado de luxo, glamour, e pompa. Como se fosse uma roupa de gala, bem cortada, daquelas que caem tão bem no seu corpo que te fazem pensar que é capaz de conquistar o mundo e mais um pouco.

Faz a gente erguer o queixo, encolher a barriga, empinar a bunda e o peito... Foi talhado para você, por isso o caimento perfeito... Assim faz com o outro também. Faz um bem danado... Por isso custa caro... Não poderia ser diferente. Tudo de qualidade custa mais caro. O amor exige pagamento à altura da satisfação que nos proporciona.

Só dentro de um relacionamento podemos medir e avaliar se vale ou não à pena investir no amor daquela pessoa que a gente idealiza ficar o resto da vida...

Ele nos leva às nuvens mas, ao mesmo tempo, exige tratamento vip. Gosta de receber seu "salário" através de sutilezas, gestos generosos, carinho, atenção, lealdade, exclusividade.

Para quebrar o tédio que assombra a sala de jantar, leva o lanche para o jardim e arma um piquenique... A cesta foi providenciada com muito critério para esses momentos serem realmente especiais... É criativo, como uma criança em fase de descobertas, e ao mesmo tempo, criativo como uma mulher de trinta anos, depois de tantas idas e vindas, e experiências marcantes e nem tão marcantes assim...

O amor não combina com casa embaixo da ponte, nem cabanas desprovidas de qualquer infra-estrutura como nos contos, e motéis baratos. Isso pode até ser fantasia, mas não é amor. Se é para ser "0800", sem maiores gastos financeiros, que seja com estilo... Pode ser à beira da praia sob a lua cheia, pode ser em casa, com velas acesas, um filme no dvd e muita pipoca de microondas, porque o amor aprecia simplicidade e romantismo, como aprecia também a espontaneidade (nada de bouquets de flores de plástico ou outras belezas pouco expressivas e sem vida).

Ao mesmo tempo que pode ser aventureiro, pode ser antenado... Tem que ser regado com bons papos, cumplicidade, idéias transcendentais, e muito, muito senso de humor...

Como os cachorros, dizem que o amor é fiel ao seu dono... Só a ele... Não o abandona nos momentos de tristeza, enxuga as lágrimas que não são de emoção; fica quietinho e espera a raiva passar; não desaparece nos momentos mais complicados; não falta no oferecimento do ombro, do colo, e ainda escuta uma palavra enviesada sem pensar em devolver porque sabe que naquele momento, o melhor é ficar calado...

Afinal, ele sabe que, depois da tempestade, vem a bonança. É esperto, custa caro sim, além do tempo dedicado a ele. Temos que admitir: investimento melhor não há ( mesmo que temporário, cada amor que aparece nas nossas vidas é único, e não tem cópias...).

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